Integridade física

Fundação Casa será investigada por raspar cabelo de internos

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17 de setembro de 2008, 14h26

A Fundação Casa de Ribeirão Preto (SP) será investigada diante da acusação de desrespeitar a decisão que proibiu que os adolescentes internados tenham os seus cabelos raspados. O pedido de instauração do inquérito foi feito pela Defensoria Pública do estado de São Paulo e aceito pela Justiça nesta quarta-feira (17/9).

No dia 26 de agosto, o juiz Paulo César Gentile, da Vara da Infância e Juventude, considerou que raspar o cabelo dos adolescentes viola a integridade física, psíquica e moral dos adolescentes internados, já que faz com que eles aceitem “de forma cogente alteração de sua condição física e de sua imagem”.

O defensor público Carlos Eduardo Montes, autor da ação, relata que os adolescentes internados continuaram a participar das audiências com os cabelos raspados, mesmo após a decisão da Justiça. “O fato foi confirmado pelos adolescentes durante as audiências, que relataram a continuidade da raspagem mesmo contra a vontade deles e que haviam sido obrigados a assinar um termo de consentimento com a prática”, afirmou.

Segundo Carlos Eduardo, a raspagem compulsória “fere o direito dos adolescentes à dignidade, ao respeito, e constituiria inclusive crime, já que é realizada sem consentimento do adolescente ou de seu representante legal”.

A decisão desta quarta-feira (16/9) determina também a apuração da participação de funcionários da Fundação Casa na raspagem.

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