Fundos de investimento

Opportunity repudia acusações feitas pelo Ministério Público

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11 de setembro de 2008, 22h12

A direção do Banco Opportunity, em nota, declarou que repudia as acusações de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. Na quarta-feira (10/9), o juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo, acolheu denúncia da Procuradoria-Geral da República e determinou o bloqueio de R$ 545 milhões movimentados por Daniel Dantas e outros dirigentes do Banco Opportunity.

Desse total, R$ 535,7 milhões estavam em poder da financeira BNY Mellon Serviços Financeiros DTVM S.A. Os outros R$ 10 milhões foram transferidos do Banco Opportunity para uma conta corrente de Beassy Schachnik, irmã do presidente do Opportunity, Dorio Ferman, investigado pela Operação Satiagraha junto com Daniel Dantas e mais 14 pessoas ligadas ao grupo.

De acordo com a Agência Brasil, o banco informa que o dinheiro transferido para a BNY Mellon Serviços Financeiros é referente a “serviço de administração dos fundos de investimento”. Segundo a nota divulgada, a transferência consiste “somente na mudança do responsável pelas atividades de processamento e controle das carteiras, escrituração da emissão e resgate de cotas e contratação dos serviços de tesouraria e custódia dos fundos de investimento”.

Na semana passada, como informa o banco, foi iniciada a transferência do serviço de administração de seis fundos de investimento para a BNY Mellon. Na data de mudança, o patrimônio total dos fundos somariam R$ 927 milhões. “Sendo assim, não se trata de repasse de valores para a BNY Mellon Serviços Financeiros, mas sim da transferência do serviço de administração de um patrimônio que continua sendo gerido pelas empresas gestoras Opportunity”, informou a nota.

O bloqueio

O pedido de bloqueio dos valores foi feito no último dia 4 de setembro pelo procurador da República Rodrigo de Grandis, após consulta ao relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda responsável por disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar ocorrências suspeitas de atividades ilícitas relacionadas à lavagem de dinheiro.

O pedido do MPF aponta duas grandes movimentações financeiras suspeitas de lavagem de dinheiro que envolveriam Dantas, Ferman, Maria Alice Carvalho Dantas, Verônica Dantas e Norberto Aguiar Tomaz.

Segundo o MPF, a mais vultosa movimentação aconteceu este mês e envolve mais de R$ 500 milhões. Na última segunda-feira (8/9), o Banco Opportunity divulgou “fato relevante” em vários jornais do país, informando a transferência da administração dos fundos de investimento sob a administração do banco ao BNY Mellon. A mudança na administração dos fundos foi iniciada na semana anterior.

De acordo com o MPF, a outra movimentação atípica ocorreu em julho deste ano, quando Beassy Schachnik recebeu em sua conta corrente uma TED no valor de R$ 10 milhões, remetida pelo Banco Opportunity. O banco informa que a transferência de R$ 10 milhões não foi realizada pelo executivo Dório Ferman. “Foi uma movimentação regular de resgate de fundo de investimento por parte de cliente.”

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