Fase de perguntas

Justiça Federal interroga Gushiken sobre mensalão na segunda

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14 de março de 2008, 18h18

O ex-ministro Luiz Gushiken, o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP) e a ex-diretora do Banco Rural Ayanna Tenório serão interrogados, na próxima segunda-feira (17/3), na 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, pela juíza federal Silvia Maria Rocha. Eles são três dos 40 réus do caso que ficou conhecido como mensalão.

Os interrogatórios acontecerão, a portas fechadas, a partir das 13h no Fórum Criminal Federal. Com o depoimento dos três, a ação encerra sua fase de interrogatório. Agora, os juízes federais começarão a ouvir as testemunhas. A denúncia foi aceita pelo STF no dia 28 de agosto do ano passado.

Gushiken responde pelo crime de peculato. Como ele era o responsável pela coordenação de comunicação do governo na época do esquema, a maioria dos ministros do STF avaliou que é possível iniciar uma ação por suposto contrato irregular de propaganda de uma autarquia do governo, que no caso era o Banco do Brasil.

Professor Luizinho é acusado por lavagem de dinheiro. Segundo o procurador-geral da União, o ex-deputado sacou R$ 20 mil na agência do Banco Rural em Brasília por meio de seu assessor parlamentar. Ayanna Tenório, que era diretora do Banco Rural, é acusada de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Histórico

O inquérito do mensalão foi aberto no STF em agosto de 2005, a pedido do procurador-geral da República, depois que o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) acusou líderes e dirigentes do PL e do PP de receber mesada do PT em troca de apoio político ao governo. Em março de 2006, Antonio Fernando Souza denunciou 40 pessoas acusadas de envolvimento no esquema em 136 páginas entregues ao Supremo. A ação foi aceita dois anos depois.

De acordo com procurador-geral, o esquema do mensalão funcionava como uma organização criminosa dividida em três núcleos: o político-partidário, o publicitário e o financeiro. Para garantir apoio no Congresso, ajudar na eleição de aliados e fazer caixa para novas campanhas, o PT desembolsava altas quantias aparentemente recebidas em troca de favorecimento da máquina pública.

O núcleo político-partidário, de acordo com a denúncia, pretendia garantir a permanência do Partido dos Trabalhadores no poder com a compra de suporte político de outros partidos e com o financiamento irregular de campanhas. Esse núcleo era o responsável por repassar as diretrizes de atuação para os outros dois núcleos.

O segundo núcleo — formado, entre outros, por Marcos Valério, Rogério Tolentino, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Simone Vasconselos e Geiza Dias — recebia vantagens indevidas de integrantes do governo federal e de contratos com órgãos públicos (como, por exemplo, os contratos de publicidade da Câmara dos Deputados, do Banco do Brasil e da Visanet).

E o terceiro núcleo — composto, entre outros, por José Augusto Dumont, Kátia Rabelo José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinícius Samarane — teria entrado na organização criminosa em busca de vantagens indevidas e facilitava as operações de lavagem de dinheiro.

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