Atentado à imprensa

ONG Artigo 19 repudia ataque contra jornalista da Globo

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20 de maio de 2008, 0h01

A ONG Artigo 19 divulgou nota de repúdio ao atentado que sofreu o jornalista Edson Ferraz, repórter da TV Diário, afiliada da Rede Globo em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. A organização, fundada na Inglaterra e com escritório no Brasil desde o ano passado, atua na defesa da liberdade de expressão. No dia 15 de maio, Ferraz voltava para casa sozinho no carro da emissora quando foi fechado por outro carro. Foram disparados dois tiros contra ele, mas nenhum atingiu o repórter. Ele vai prestar depoimento, nesta terça-feira (20/5), na Corregedoria da Polícia Civil.

Edson Ferraz tem noticiado acusações de corrupção e extorsão envolvendo policiais civis. No dia 7 de maio, uma reportagem de Ferraz veiculada no programa SPTV divulgou que 13 integrantes do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) do Alto Tietê, da Polícia Civil de São Paulo, haviam sido denunciados pelo Ministério Público por extorsão, corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, os policiais recebiam propina de donos de máquinas caça-níqueis, desmanches de carros roubados e casas de prostituição.

Em nota, a ONG Artigo 19 cobrou das autoridades a investigação do atentado. “O atentado contra Edson Ferraz é mais um indício de que a violência contra jornalistas continua sendo um problema sério no Brasil, com conseqüências sérias para a liberdade de expressão e de imprensa. Muitas vezes, os autores das agressões e ameaças são as próprias autoridades responsáveis por evitar esses crimes”, disse a ONG.

“A Artigo 19 considera que a extensão das ameaças e violência contra jornalistas pode estar subdimensionada no Brasil, devido a limitações no sistema atual de monitoramento e na cobertura reduzida desses casos, principalmente quando ocorrem em regiões mais distantes no país”, reclama. ONG Artigo 19 foi criada na Inglaterra para defender a liberdade de expressão.

Leia a nota da ONG

ARTIGO 19 repudia atentado contra jornalista que investigava corrupção na polícia.

O repórter Edson Ferraz, da TV Diário (afiliada da Rede Globo em Mogi das Cruzes, na grande São Paulo), voltava para casa sozinho no carro da emissora, por volta das 22h do dia 15 de maio, quando foi fechado por um veículo escuro com dois homens encapuzados dentro. O motorista atirou duas vezes na direção do carro de Ferraz e fugiu em seguida. O jornalista não sofreu ferimentos e os tiros não chegaram a acertar o carro.

A ARTIGO 19 repudia mais este atentado contra um jornalista brasileiro e pede às autoridades que investiguem o caso prontamente e com independência. O atentado contra Edson Ferraz é mais um indício de que a violência contra jornalistas continua sendo um problema sério no Brasil, com conseqüências sérias para a liberdade de expressão e de imprensa. Muitas vezes, os autores das agressões e ameaças são as próprias autoridades responsáveis por evitar esses crimes.

Edson Ferraz trabalha com matérias investigativas e vem acompanhando denúncias de corrupção e extorsão envolvendo policiais civis – assunto de suas três últimas reportagens. No dia 7 de maio, uma matéria de Ferraz veiculada no programa “SPTV” noticiou que 13 integrantes do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) do Alto Tietê, da Polícia Civil de São Paulo, haviam sido denunciados pelo Ministério Público por extorsão, corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, os policiais receberiam propina de donos de máquinas caça níqueis, desmanches de carros roubados e casas de prostituição.

Em declarações à imprensa local, Ferraz afirmou acreditar que foi vítima de uma tentativa de intimidação. Ele relatou que, no dia anterior ao atentado, recebeu um telefonema em que um homem não identificado alertava que ele deveria tomar cuidado.

A Secretaria de Segurança Pública informou que a Corregedoria da Polícia Civil está investigando o caso, e que nenhuma hipótese pode ser descartada neste momento.

Jornalistas cobrindo o tráfico de drogas e a participação de policiais no crime organizado têm sofrido ameaças freqüentes nos últimos anos. Um estudo recente do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) revela que jornalistas cobrindo denúncias contra máfias e grupos de policiais estão sujeitos a uma série de ameaças – sendo que os policiais envolvidos em atividades criminosas são os mais temidos pelos repórteres.

O atentado contra Edson Ferraz remete a três casos graves de violência contra jornalistas no ano passado. Em maio de 2007, o jornalista Luiz Carlos Barbon Filho foi assassinado em Porto Ferreira, no interior de São Paulo. Ele havia publicado matérias denunciando casos de corrupção e aliciamento de menores. Em setembro, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. foi baleado na periferia de Brasília, depois de fazer reportagens para o jornal Correio Braziliense sobre a violência no entorno do Distrito Federal. Em novembro, o radialista João Carlos Alckmin levou dois tiros em São José dos Campos. Ele vem denunciando em seu programa a máfia dos caça-níqueis que atua no município.

A ARTIGO 19 considera que a extensão das ameaças e violência contra jornalistas pode estar subdimensionada no Brasil, devido a limitações no sistema atual de monitoramento e na cobertura reduzida desses casos, principalmente quando ocorrem em regiões mais distantes no país.

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