Gestão fraudulenta

Daniel Dantas e outros nove são indiciados pela PF

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18 de julho de 2008, 21h38

A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira (18/7) o banqueiro Daniel Dantas e mais nove pessoas por gestão fraudulenta e formação de quadrilha. O grupo foi preso durante a Operação Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal, que investigou crimes financeiros. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

À exceção do professor Hugo Chicaroni e Humberto Braz, assessor de Dantas, que continuam presos, todos os acusados passaram pela carceragem da PF e foram beneficiados por Habeas Corpus concedidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.

Depoimento

Dantas e outros noves diretores do grupo Opportunity estiveram nesta sexta na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para prestar esclarecimentos ao delegado Protógenes Queiroz, que ainda comanda as investigações. Eles ficaram na PF por aproximadamente seis horas, mas se mantiveram calados por recomendação de seus advogados.

O advogado Nélio Machado justificou o silêncio de seus clientes em documento endereçado ao delegado Protógenes. No texto, Machado lembrou que o inquérito está cheio de “vícios insuperáveis” e de “fatos estranhos, inusitados e irregulares que permeiam a investigação”. Ele também protesta contra o que chamou de vazamentos “abusivos” e “ilícitos” de informações do inquérito, além do cerceamento à atividade advocatícia.

Uma operação cercada de polêmicas

A Operação Satiagraha foi deflagrada no dia 8 de julho e deteve, entre outros, o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e mais 14 pessoas suspeitas. A maioria deles foi solta beneficiadas por HCs concedidos pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que questionou o embasamento da Justiça Federal para acolher as prisões.

O prende-e-solta ganhou as páginas da imprensa que, quase unanimemente, desconsiderou os argumentos do Supremo e condenou as solturas. No Judiciário, o Ministério Público Federal de São Paulo, através do procurador Rodrigo de Grandis, e o titular da 6ª Vara Criminal Federal paulista, Fausto de Sanctis, não se conformaram com a decisão e reagiram com críticas a Gilmar Mendes. Por sua vez, o presidente do Supremo questionou os métodos da PF na apuração dos fatos e ainda as argumentações dos colegas paulistas.

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