Seqüestro na selva

Farc entregam a Hugo Chávez duas reféns colombianas

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10 de janeiro de 2008, 19h01

As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) libertaram, nesta quinta-feira (10/1), duas reféns que foram mantidas em cativeiro por seis anos. A ex-deputada Consuelo González e a assessora de campanha da ex-candidata à presidência Ingrid Betancourt, Clara Rojas, foram soltas depois das idas e vindas de uma complexa negociação intermediada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Dois helicópteros da Venezuela com símbolos da Cruz Vermelha apanharam Clara, de 44 anos, e Consuelo, de 57, na selva colombiana, perto da cidade de San José del Guaviare e as levaram para a base militar do aeroporto venezuelano de Santo Domingo, no estado de Táchira, fronteiriço com a Colômbia. Uma hora e meia depois de desembarcarem em território venezuelano, elas chegaram a Caracas, onde foram recebidas por seus parentes e por Chávez.

As imagens do momento da libertação foram divulgadas pela rede estatal venezuelana TeleSur. Em conversa com Chávez registrada pela emissora, Consuelo pediu que ele permaneça nas negociações pela libertação dos seqüestrados.

Esta é a primeira libertação unilateral de reféns importantes da guerrilha na história recente da Colômbia, o que poderá ajudar a destravar as paralisadas negociações entre o grupo e o governo do país. A missão foi autorizada na quarta-feira (9/1), após a guerrilha ter repassado a Chávez as coordenadas do local onde entregaria as duas reféns.

Uma missão com os mesmos objetivos, no final de dezembro, havia fracassado. O motivo do fracasso foi a impossibilidade de as Farc cumprir a promessa de libertar Emmanuel, o filho que Clara Rojas teve durante seu cativeiro, e que naquele momento já não estava em poder da guerrilha. As Farc admitiram que o menino de 3 anos já estava sob custódia do serviço social da Colômbia desde 2005.

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