Juiz federal do Paraná tem carro atingido por tiros em atentado
29 de fevereiro de 2008, 18h05
A Polícia Federal investiga um atentado sofrido, na noite de quinta-feira (28/2), pelo juiz federal criminal Jail Benites de Azambuja de Cutiriba. Dois homens em uma motocicleta atiraram contra o carro da Polícia Federal, usado pelo juiz. Seis tiros foram disparados contra o veículo por uma pistola 9 mm.
As balas atingiram o capô e o vidro do motorista. O juiz não sofreu ferimentos. Ele estava em casa. O muro de sua casa também foi atingido.
Em nota divulgada nesta sexta-feira (29/2), a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) pede que o caso seja apurado junto ao Conselho Nacional de Justiça e Conselho da Justiça Federal. A associação também pediu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região que sejam adotadas as providências necessárias à segurança do juiz.
A associação ressalta que ocorrências como essas são freqüentes e frisa a gravidade da ofensiva contra os profissionais que atuam contra o crime organizado.
Em entrevista à Agência Estado, o juiz disse que o atentado pode estar relacionado a um processo na área criminal, envolvendo tráfico de drogas e contrabando. “A Polícia Federal trabalha com essa hipótese”, ressaltou.
A região de Umuarama é rota para contrabandistas e traficantes, que vêm do Paraguai a caminho de São Paulo e Rio de Janeiro. O juiz disse, ainda, que “ameaças são comuns na profissão que escolheu”. No entanto, em razão da gravidade do atentado, ele requisitou os policiais federais para as investigações.
A nota da Ajufe faz um apelo à Câmara dos Deputados para que o Projeto de Lei 2.057/07 tenha tramitação urgente. O projeto é iniciativa da associação e prevê o um plano com medidas processuais e administrativas para a segurança e assistência dos juízes, em situação de risco.
O presidente nacional OAB, Cezar Britto, também repudiou o episódio. “Essas tentativas de assassinato não conseguirão pôr fim à atividade da Justiça. Elas servem apenas para despertar a indignação da população em relação à delinqüência organizada”.
Também foi encaminhado ofício à presidente do TRF da 4ª Região para que sejam adotadas todas as providências à segurança de Benites Azambuja e à apuração dos autores desse atentado. O procurador-geral da República também será informado sobre o episódio.
Leia a nota da Ajufe
Nota da Ajufe
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Paranaense dos Juízes Federais alertam para a gravidade do atentado ocorrido na noite de quinta-feira (28/2) na cidade de Umuarama (PR).
Dois homens em um motocicleta efetuaram seis disparos, de pistola 9 milímetros, contra o carro da Justiça Federal utilizado pelo juiz federal criminal Jail Benites de Azambuja. Os disparos poderiam ter sido feitos quando ele e o agente de segurança saiam do veículo, o que leva à hipótese de uma tentativa de intimidar não apenas o magistrado, mas a própria Justiça Federal.
A Polícia Federal investiga o atentado e reforça, desde ontem, a segurança do juiz Benites de Azambuja. A Ajufe solicitou que as apurações sejam acompanhadas pelo Conselho Nacional de Justiça e Conselho da Justiça Federal e requereu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região que sejam adotadas as providências necessárias à segurança do magistrado.
Esse atentado ganha contornos mais graves em razão dos recentes episódios em que novamente a situação de segurança de juízes federais com atuação em varas federais criminais é colocada em xeque. Em decorrência da atuação contra o crime organizados, esses juízes, com freqüência cada vez maior, vêm recebendo ameaças de morte e muitos deles vivem sob escolta policial permanente.
Por esta razão, a Ajufe e a Apajufe reforçam o apelo à Câmara dos Deputados para que o Projeto de Lei 2.057/07 tenha tramitação urgente naquela Casa. De iniciativa da Associação dos Juízes Federais do Brasil, o referido projeto prevê o estabelecimento de um plano com medidas processuais e administrativas para a segurança e assistência dos juízes que se encontram em situação de risco.
Atentados como o que ocorreu em Umuarama servem de alerta para que as instituições do Estado estejam preparadas não apenas para enfrentar as organizações criminosas, mas também para preservar a integridade física daqueles que estão na linha de frente do combate ao crime organizado.
Walter Nunes da Silva Júnior
Presidente da Ajufe
Friedmann Anderson Wendpap
Presidente da Apajufe
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