Procura-se motivo

Policial é contratado por empresa para espionar funcionária

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29 de fevereiro de 2008, 20h09

Um policial civil foi detido, na tarde de quinta-feira (28/2), no bairro do Morumbi, em São Paulo, sob a suspeita de perseguir a publicitária Renata Vigna, 37 anos. Ao ser interrogado na Delegacia, o policial admitiu que foi contratado pela empresa em que a publicitária trabalha, a ITC América Latina Ltda, também conhecida como International Trading Consultants, uma das maiores agenciadoras de marcas no Brasil, tais como Marvel (Homem-Aranha, Incrível Hulk), Snoopy, Garfield.

A intenção da agência de publicidade era encontrar algum deslize pessoal da funcionária para justificar uma demissão por justa causa. Profissional de sucesso, o contrato da publicitária prevê gorda indenização em caso de demissão.

Ela notou que estava sendo perseguida. Com medo de sofrer um possível seqüestro, ela ligou para a Polícia Militar. Em minutos, uma viatura chegou ao local e o suspeito foi preso. Na Delegacia, ele confessou que, junto com outro detetive, foi contratado pela a agência de publicidade. O caso agora está nas mãos da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo.

O advogado da publicitária, Guilherme Abdalla, afirmou que não tomará nenhuma atitude até que ela se recupere do trauma: “Minha cliente está medicada e, tão logo se recupere, não pouparemos esforços para punir a empresa e seus dirigentes”, afirmou o advogado.

Abdalla argumenta que o próprio policial confessou que foi contratado pela empresa e, por isso, não há dúvidas de que houve desvio legal do empregador. “Faremos deste caso um exemplo dos limites a serem observados pelas grandes corporações no Brasil”, afirmou Abdalla.

Notícia atualizada neste sábado 1º/3 para acréscimo de informações.

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