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Protógenes diz que pedirá indenização à Polícia Federal

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17 de dezembro de 2008, 16h51

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que comandou a chamada Operação Satiagraha, que investiga supostos crimes financeiros do banqueiro Daniel Dantas, afirmou nesta terça-feira (16/12), no Recife, que vai entrar na Justiça com um pedido de indenização contra a Polícia Federal, que o afastou da investigação e do setor de inteligência da corporação. “Não por mim, mas pela minha família”, justificou, em entrevista coletiva. As informações são de O Estado de S. Paulo.

“A sociedade recebeu com indignação os procedimentos contra mim, minha família e meus colegas. Minha intenção é buscar reparação”, afirmou. O delegado destacou, porém, que não tem pressa — o prazo para entrar com a ação, segundo ele, é de 20 anos.

Protógenes informou que não vai à Justiça contra nenhum veículo da imprensa, apesar de acusá-la de ter colaborado com o “banqueiro bandido” na criação de provas contra ele. “A imprensa deve ter liberdade e assumir as responsabilidades futuras.”

Ele disse que “a maior indenização” que recebe da grande mídia é quando as pessoas o procuram dizendo que pararam de ler determinadas publicações que “fabricaram mentiras”. “A reparação está sendo feita pela sociedade brasileira.”

O delegado repetiu que não tem intenção de entrar na política. “Contribuo mais com a sociedade como delegado da PF”, declarou, antes de participar de debate sobre corrupção e Estado de Direito, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco. O debate foi promovido pelo PSol, partido que tem apoiado ostensivamente as ações e manifestações políticas do delegado.

Protógenes voltou a dizer que a PF deveria se tornar um órgão independente, nos aspectos funcional, administrativo e financeiro. “Vou lutar Brasil afora para que isso se torne debate público e a população venha a engrossar fileiras conosco para fazer da PF um órgão independente que vai defender os interesses da sociedade.”

Lembrado do caso do jornalista que atirou os sapatos contra o presidente dos EUA,George W. Bush, Protógenes foi indagado sobre quem deveria ser alvo de algo semelhante no Brasil. Sem citar o nome do banqueiro Daniel Dantas, respondeu que seria alguém que ele deveria ter prendido. O presidente local do PSOL, Edílson Silva, responsável por sua ida ao Recife, disse que o alvo seria o chefe do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Protógenes desconversou.

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