Operação Downtown

Polícia Federal deflagra operação para prender doleiros

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26 de agosto de 2008, 14h33

A Polícia Federal deflagrou, na manha desta terça-feira (26/8), a Operação Downtown. O objetivo é desarticular doleiros que atuava na região central de São Paulo. Até o final do dia devem ser cumpridos 15 mandados de prisão e 50 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

De acordo com a PF, “as investigações revelaram que os envolvidos operavam com moedas estrangeiras, principalmente dólar e euro, no mercado paralelo, sem submeter seus resultados à tributação e controle do Banco Central”. Os principais crimes que teriam sido cometidos são: evasão de divisas, operação de instituições financeiras sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. As penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.

Muitos dos doleiros investigados a partir desta terça-feira mantêm antigas conexões com outros doleiros presos na operação Farol da Colina, deflagrada pela PF também numa manha de terça-feira, no dia 17 de agosto de 2004. Foram mais de 750 policiais distribuídos em sete estados brasileiros, a maioria em São Paulo e Rio de Janeiro. Só em São Paulo, foram alocados num hotel no centro da cidade cerca de 230 agentes federais oriundos de Brasília.

A Operação Farol da Colina visava buscar computadores e documentos dos investigados por lavagem de dinheiro sujo. A conta Beacon Hill Service Corporation foi descoberta pelo promotor distrital (district attorney) de Manhattan, Robert Morgenthal. Seria intermediária na abertura de outras contas em paraísos fiscais e em esquemas de lavagem de dinheiro. Segundo o MP americano, entre 2001 e 2002, a Beacon Hill movimentou remessas num total de US$ 3,2 bilhões, em apenas 40 subcontas que tiveram quebra de sigilo pelas autoridades americanas.

A Farol da Colina gerou denúncias, do MPF, contra doleiros e funcionários de offshores: Antonio Oliveira Claramunt (Toninho da Barcelona), José Diogo de Oliveira Campos, Altair Inácio de Lima (o Carioca), Salvador Angelo de Oliveira Claramunt, Alaíde de Oliveira Campos Claramunt, Enrique Claramunt Riba e Patrícia Ferreira Sommerfeld, acusados de serem os responsáveis pela movimentação das sub-contas Miro e Lisco, da conta Beacon Hill, no J.P.Morgan Chase Bank (Nova York).

Também foram denunciados os empresários Samuel Semtob Sequerra e Jan Sidney Murachovsky, por movimentarem as sub-contas Laurel e Sinkel, e o delegado de Polícia Federal Carlos Fernando Braga, em razão de seus contatos com Toninho da Barcelona, a quem teria alertado sobre a operação Farol da Colina.

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