De carros a cuecas

Justiça arrecada R$ 1,1 milhão com venda de bens de Abadia

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10 de abril de 2008, 20h57

A 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo divulgou na tarde desta quinta-feira (10/4) o total arrecadado com os bens do traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadia. O bazar e o leilão conseguiram arrecadar R$ 1,1 milhão.

O bazar aconteceu durante dois dias no Jockey Club de São Paulo. Já o leilão foi encerrado às 2h15 desta quinta. Restaram apenas alguns relógios. Eles irão a leilão pela internet. Os bens foram apreendidos durante a Operação Farrapos, que prendeu o traficante, considerado um dos maiores do mundo.

Entre os objetos mais caros estão três aparelhos de TV (arrematados por R$ 8 mil; R$ 3,5 mil; e R$ 2,7 mil); três bicicletas, sendo uma delas por R$ 10 mil. Havia também mais de 50 relógios, sendo dois arrematados por R$ 97 mil e R$ 41 mil. Um Jeep Willys foi vendido por R$ 27,5 mil. Já uma Rural Willys saiu por R$ 37 mil.

O bazar, que estava previsto para acontecer até o domingo (13/4), foi encerrado na quarta-feira (9/4). Mesmo com tumulto, todos os objetos foram vendidos como roupas, móveis, aparelhos eletrônicos e utensílios. Havia 910 lotes de objetos com três mil itens. Foram vendidas 130 cuecas a R$ 1 cada, oito aparelhos de ar-condicionado entre R$ 300 e R$ 700; oito Bíblias a R$ 7 cada e 50 travesseiros (R$ 20 com espuma e R$ 10 sem).

Os valores serão depositados em uma conta judicial. Parte do dinheiro ficará aplicado até que o processo contra Abadia transite em julgado. O juiz Fausto Martin de Sanctis já condenou o traficante a 30 anos de prisão e ao pagamento de R$ 4,3 milhões, valor que representa 738 dias-multa. Ele foi considerado culpado por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos. O Supremo Tribunal Federal autorizou a sua extradição para os Estados Unidos. Ele aguarda apenas a liberação que será decidida pelo presidente Lula.

Outra parte do dinheiro será destinada a entidades beneficentes como Fundação Julita e a Ten Yad. Para De Sanctis, a iniciativa deve estimular outros juízes a adotar o mesmo procedimento em casos similares. “A minha expectativa era a de fazer o leilão e preservar o interesse tanto do acusado quanto da Justiça. Para o acusado, pois este poderá receber o valor correspondente ao bem caso a decisão seja reformada e ele absolvido; e para a Justiça, uma vez que se livra de bens que estão ocupando espaço e se deteriorando.”

Processo 2007.61.81.011245-7

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