Memória fraca

Empresária acusada de tentar matar perito do INSS vai a júri

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23 de setembro de 2007, 0h01

A empresária Ana Cristina do Nascimento Paim será julgada pelo Tribunal de Júri de Santos, no litoral de São Paulo. Ela é acusada de tentar matar o médico Gustavo Almeida, perito do INSS, que suspendeu o benefício que recebia por incapacidade para o trabalho. A decisão é do juiz federal Roberto da Silva Oliveira, da 6ª Vara Federal de Santos.

A acusada disse em interrogatório que não se lembra de ter praticado nenhum crime. Ela estava sob tratamento psiquiátrico. No entanto, testemunhas e vítima afirmam que Ana Cristina tentou matar o médico com uma faca de cozinha.

Ana Cristina entrou na agência da Previdência Social em Santos por volta das 11h do dia 21 de março de 2007. Ela estava acompanhada de seu companheiro e de sua mãe. Como no dia anterior a perícia concluiu que ela estava apta para o trabalho, ela teve de faz uma nova consulta.

De acordo com o seu depoimento, ao sair do consultório da médica, a empresária notou que havia uma confusão e que sua mãe estava chorando. Depois se viu dentro de um carro de polícia sem saber o que estava acontecendo. Quando o delegado lhe mostrou a faca, disse que era de cozinha e que costumava carregar a faca na bolsa para descascar frutas. Ana Cristina pesa 85 quilos e tem 1,80 m.

A médica disse que estranhou o comportamento de Ana Cristina e que a considerou incapaz para o trabalho. Depois de sua saída do consultório, a médica ouviu um barulho no lado de fora e ao abrir a porta se deparou com o médico Gustavo de Almeida ferido em uma maca.

A mãe de Ana Cristina disse à médica que a filha queria se vingar do médico. Na opinião dela, ele teria sido irônico ao consultá-la. Ana Cristina foi consultada pelo médico no dia 14 de fevereiro, que deu alta à paciente. A médica disse que a doença da acusada não causa alienação e desorientação e que ela tinha consciência de sua agressividade.

A vítima contou que estava atendendo um segurado, quando sua sala foi invadida por Ana Cristina. Ela segurava uma bolsa junto ao peito e de dentro dela tirou uma faca de cozinha. Contou que ela gritava que iria matá-lo. Tentou evitar a aproximação dela, mas não conseguiu e foi esfaqueado nas pernas.

O médico acredita que ela queria matá-lo. Em sua opinião, as perícias deveriam ser feitas por junta médica com todas as especialidades e com um psiquiatra com conhecimentos de medicina ocupacional.

O juiz concluiu que o conjunto probatório demonstra que existe prova do crime e indícios de autoria. Por este motivo, Ana Cristina será levada ao Tribunal de Júri.

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