A volta para casa

Suprema Corte do Chile aprova extradição de Fujimori

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21 de setembro de 2007, 12h47

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori deve ser extraditado ao Peru. A decisão foi divulgada pela Suprema Corte do Chile, nesta sexta-feira (21/9). Ele responde por 13 crimes. Entre eles, o de corrupção e de violação dos direitos humanos. A decisão já havia sido tomada no começo do mês, mas ainda não era pública. A informação repercute nas agências de notícias internacionais.

O parecer do ministro Alberto Chaigneau, relator do caso, é definitivo e os advogados de Fujimori não poderão recorrer. Foram recebidas sete das 13 acusações formais ao ex-presidente apresentadas pelo Peru, duas de crime contra a humanidade e cinco de corrupção.

A extradição de Fujimori foi requisitada por Lima, que pretende julgá-lo pelos massacres de Cantuta e Barrios Altos, onde 25 pessoas morreram. O governo chileno tem planos de extraditar o ex-presidente o mais rápido possível.

Sem entrar em detalhes, Chaigneau declarou que o acordo nas deliberações entre os cinco juízes 2ª Sala Penal da corte “foi muito mais fácil do que o esperado”.

Um oficial de justiça deve entregar, ainda nesta sexta, a Fujimori a notificação da decisão. O ex-presidente mora em um condomínio de luxo ao norte de Santiago, onde é mantido em regime de prisão domiciliar.

A decisão reforma a conclusão de uma instância inferior da Justiça chilena. O juiz Orlando Alvarez havia rejeitado sua extradição. A fundamentação era a de que não havia evidências suficientes para sustentar as acusações.

Em 1991, 15 pessoas morreram na ação de um esquadrão da morte aparentemente ligado ao governo em Barrios Altos. Em 1993, um ataque similar terminou com a morte de nove alunos e um professor em La Cantuta.

Chaigneau esclareceu que as acusações referentes a corrupção aceitas pela corte incluem uma espécie de mensalão peruano (pagamento de propina a parlamentares para a aprovação de projetos no Congresso) e escutas ilegais.

Durante sua estada em Santiago, Fujimori negou as acusações e qualificou as denúncias como “politicamente motivadas”. Em julho, o ex-presidente, que possui cidadania peruana e japonesa, concorreu a uma vaga no Senado do Japão, mas perdeu.

Fujimori encontrava-se no Chile desde novembro de 2005, quando desembarcou em Santiago em vôo procedente do Japão, país onde exilou-se desde que deixou a presidência peruana em meio a escândalos de corrupção.

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