Crítica ao sistema

Justiça rejeita pedido para proibir filme Tropa de Elite

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14 de setembro de 2007, 0h00

O filme Tropa de Elite é uma crítica genérica ao sistema e não ofende a honra e a dignidade de policiais. Com este entendimento, a juíza da 1ª Vara Cível do Rio, Flávia de Almeida Viveiros de Castro, rejeitou nesta quarta-feira (12/9) os pedidos de liminares de integrantes do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) para impedir a exibição do filme.

O grupo entrou com ação contra a Zazen Produções e a distribuidora Paramount Pictures do Brasil, alegando que a obra “ataca a corporação e viola a honra, dignidade e até mesmo a integridade física dos policiais”.

O filme estréia no mês de outubro nos cinemas, mas cópias piratas já fazem sucesso nas bancas dos camelôs do Rio de Janeiro e de São Paulo.

O longa, com direção de José Padilha, mostra a corrupção da Polícia Militar do Rio de Janeiro e práticas violentas do Bope para combater o tráfico de drogas nos morros cariocas.

Após ver o filme, a juíza disse que a história critica o “sistema” e que não é possível identificar se o “sistema” seria o Bope, a Polícia Militar, a universidade, a sociedade, o jogo do bicho, o tráfico ou políticos.

“Não existem ataques às instituições. As críticas feitas (o discurso do personagem principal várias vezes o refere) são ao sistema. E não há conceito mais aberto, mais indeterminado do que este”, afirmou a juíza.

“Tropa de Elite” é baseado em depoimentos de pessoas ligadas ao Bope. Tais depoimentos foram destruídos após a conclusão do filme para não comprometer seus colaboradores.

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