Troca de favores

Ex-delegados da Polícia Federal são condenados por corrupção

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10 de setembro de 2007, 16h51

Os ex-delegados da Polícia Federal Wilson Alfredo Perpétuo e José Bocamino foram condenados por corrupção passiva. Na mesma decisão, da 4ª Vara Federal de Ribeirão, em São Paulo, o médico Tomas Yung Joon Kim foi condenado por corrupção ativa e emissão de atestado falso e a psicóloga Rosângela Papa Marchi, por uso de atestado falso.

Perpétuo foi condenado a cinco anos e dez meses de reclusão e nove meses e dez dias de detenção (regime inicial fechado); Bocamino, a cinco anos de reclusão (regime inicial fechado); Joon Kim, a seis anos de reclusão e sete meses de detenção (regime inicial fechado); e Rosângela, a sete meses de detenção (regime aberto).

Os crimes foram descobertos durante a Operação Lince, organizada pela própria PF em junho de 2004. O objetivo da operação era combater a corrupção entre os policiais federais da cidade.

No mês seguinte, o grupo foi denunciado pelo Ministério Público Federal. Perpétuo está preso desde então. Ele já havia sido condenado por outros crimes. Bocamino ficou preso preventivamente até janeiro deste ano. Já o médico Joon Kim e a psicóloga Rosângela responderão ao processo em liberdade.

A sentença acolheu parte da acusação de que os policiais trocavam favores com o médico. Os delegados se valiam de seus cargos nas transações, o que configura crime de corrupção.

O médico Joon Kin emitiu dois atestados falsos afirmando que a psicóloga Marchi teria que se afastar temporariamente do trabalho. Os documentos foram feitos a pedido de Perpétuo. O médico também ofereceu um emprego a namorada do filho de Bocamino (o que não se trata de um crime).

Em troca, os delegados deram a Joon Kin um porte de arma de fogo sem observar as formalidades legais. As conversas telefônicas, que revelam a troca de favores, foram gravadas com autorização judicial.

Joon Kim admitiu que as vozes gravadas eram dele e a dos delegados. O porte de arma, a autorização para transporte de arma e os dois atestados também foram encontrados.

Esta é a oitava condenação do ex-delegado Perpétuo em primeira instância e a terceira de Bocamino. O MPF recorrerá para aumentar as penas e para condenar Perpétuo por uso de atestado falso.

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