Operação mal-sucedida

Advogado ferido em delegacia morre no Espírito Santo

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25 de novembro de 2007, 14h54

O advogado Geraldo Gomes de Paula, de 63 anos, morreu neste domingo (25/11). Ele sofreu traumatismo craniano depois de se envolver em uma discussão com policiais militares no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) em Vitória, no Espírito Santo. O incidente que levou à internação do advogado aconteceu após uma operação policial no bairro Alagoano, em Vitória, na noite de quinta-feira. Seis pessoas foram detidas e levadas para o DPJ.

A versão da polícia é de que ele teria sofrido uma queda, mas familiares afirmam que os médicos envolvidos no atendimento dele teriam declarado ser impossível que uma queda tenha causado as múltiplas lesões que Gomes de Paula apresentava na cabeça.

Segundo a Polícia Militar, a Corregedoria da corporação já abriu inquérito para apurar se houve agressão ao advogado por parte de algum de seus integrantes. A PM também apresentou requerimento ao Ministério Público Estadual para que designe um promotor de Justiça para acompanhar o inquérito, assim como um representante da OAB.

Em coma, o advogado estava internado na UTI do hospital São Lucas em Vitória, desde quinta-feira (22/11), quando houve a briga. Segundo a Secretaria de Saúde do Espírito Santo, o advogado sofreu uma cirurgia neurológica na sexta-feira por causa do traumatismo.

Os fatos

Por volta das 19h de quinta-feira, Gomes de Paula foi à delegacia para falar com um dos presos na operação. Segundo a versão da PM, foi exigido que ele apresentasse uma identificação, mas ele teria se recusado a entregá-la, ofendendo as autoridades.

Neste momento, segundo a polícia, o advogado recebeu voz de prisão e se recusou a ser preso. Policiais contam que ele recuou até se desequilibrar e chocar a cabeça contra a parede. Com o impacto, ele começou a passar mal e vomitar, sendo levado às pressas pelos policiais para o hospital com suspeita de derrame cerebral. Na sexta-feira (23/11), um tenente foi afastado pela PM porque se envolveu diretamente na discussão com o advogado.

A mulher do advogado Bernadete Pereira de Paula afirmou ao jornal Gazeta Online falava ao celular com o marido no momento que ele no chão e ele gritava pedindo para que não o agredissem. Em seguida, o telefone ficou mudo. A família declarou ainda que há um laudo que confirma que, além da queda, o advogado levou outros dois golpes, semelhantes a coronhadas.

Os advogados criminalista do estado prometeram cruzar os braços na segunda-feira (26/11) em protesto contra a possível agressão sofrida pelo colega. O movimento está sendo encabeçado pelo advogado Marcos Antônio Gomes, que propõe que durante um dia nenhum profissional compareça às audiências judiciais.

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