Caso dos Correios

PF indicia Roberto Jefferson por formação de quadrilha

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21 de março de 2007, 18h56

O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, foi indiciado pelo crime de formação de quadrilha, no inquérito que apura irregularidades na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Ele depôs nesta quarta-feira (21/3) na sede da Polícia Federal em Brasília. A informação foi confirmada pela assessoria da PF, informa a Agência Brasil.

A existência de um esquema de corrupção nos Correios, envolvendo comissões sobre contratos e licitações da empresa, a partir de funcionários indicados pelo PTB e outros partidos da base do governo, começou a ser investigada em maio de 2005.

Um vídeo divulgado pela imprensa mostrava o então chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, apontando Jefferson como um dos mentores do esquema. No vídeo, Marinho recebia propina de R$ 3 mil para favorecer a empresa de Arthur Wascheck Neto em processo de licitação. O próprio empresário foi apontado como um dos mandantes da gravação.

Na gravação, Marinho citava o nome do ex-diretor de Administração dos Correios, Antônio Osório Menezes Batista, que foi indicado ao cargo pelo PTB, e afirmava que o esquema de favorecimento nas licitações era controlado pelo partido. Depois que o escândalo veio à tona, Jefferson denunciou a existência do “mensalão”, valor que seria pago periodicamente a parlamentares em troca da aprovação de projetos de interesse do governo.

À Agência Estado, o ex-deputado atribuiu o indiciamento ao lançamento de seu livro Nervos de Aço. Nele, Roberto Jefferson detalha o que chama de aparelhamento dos órgãos públicos pelos partidos da base aliada do governo. “Fui indiciado com base no livro que escrevi. Foi a mando do boboca do Bruno Aciolli, um garoto de recados do PT”, disse. Acciolli é um dos procuradores da República que acompanham as investigações junto com a PF.

Jefferson declarou-se “injustiçado” e “vítima do marketing policial” do governo Lula. “É muito triste. Foi uma acusação subjetiva”, disse.

Repúdio

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) publicou nota de desagravo a Acciolli. Lamentou e reprovou “o tom deselegante” com que Roberto Jefferson se referiu a ele. Para a ANPR, O ex-deputado extrapolou os limites do direito de crítica e ofendeu a honra do procurador da República.

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