Racismo velado

Bebês brancos são os preferidos dos brasileiros para adoção

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21 de junho de 2007, 12h27

Crianças de pele clara, com no máximo três anos e que seja filho único. Esse é o perfil desejado pelos casais brasileiros que procuram o Judiciário paulista. O quadro muda quando a adoção é internacional. A maioria dos estrangeiros é indiferente à cor da pele e flexíveis com respeito à idade, tendo preferência por crianças entre cinco e oito anos.

Preocupada com a situação, a Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Cejai) promove, neste sábado (23/6), um encontro para aprimorar a preparação de casais que planejam uma adoção. A Cejai pretende destacar a realidade das crianças e adolescentes paulistas que aguardam uma família.

O evento está previsto para começar às 9h30, na Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), na Rua Tabatinguera, 140 (sobreloja), e contará com a participação de grupos de apoio à adoção do Estado e de entidades de intermediação para a adoção internacional.

Também serão discutidas a importância e as formas de acompanhamento pós-adotivo e ainda como se processa a adoção nos diversos países que mantém relacionamento com o Brasil nessa área.

A preparação dos interessados na adoção é importante porque até o final de março desse ano havia cerca de mil crianças disponíveis para adoção e mais de 7 mil casais brasileiros interessados e 298 estrangeiros.

Isso ocorre porque as crianças não atendem ao perfil desejado pelos casais. A maior parte dessas crianças é formada de grupos de irmãos, que não podem ser separados (aproximadamente a metade), com idade superior a três anos e portadores de algum tipo de necessidade especial.

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