Prisão revogada

Acusados de seqüestrar repórter da Globo têm prisão revogada

Autor

7 de junho de 2007, 12h05

O juiz titular da 7ª Vara Criminal Central da Capital paulista, Djalma Rubens Lofrano Filho, revogou a prisão preventiva de Ivan Raymondi Barbosa, Simone Barbaresco e Anderson Luís de Jesus, na terça-feira (5/6). Os três fariam parte da ONG Associação dos Familiares dos Reeducandos Nova Ordem e estão entre os acusados de envolvimento no seqüestro do jornalista Guilherme Portanova e do auxiliar técnico Alexandre Calado, ambos da Rede Globo. O crime ocorreu em 12 de agosto do ano passado.

A Polícia e o Ministério Público alegam que a ONG atendia pedidos dos principais líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Simone Barbaresco atuaria como intermediária. De acordo com as investigações, seria mulher de um dos líderes da facção. Além disso, a organização seria custeada pelo grupo criminoso.

Além dos três, é acusada no mesmo processo a advogada Iracema Vasciaveo, que era diretora jurídica da Nova Ordem. Ela foi presa em flagrante em janeiro por porte ilegal de arma. De acordo com investigações, Iracema reuniu-se em maio de 2006 com líderes da facção na penitenciária de Presidente Bernardes – entre eles, Marcos William Camacho, o Marcola.

Ivan e Anderson respondem pelos crimes de formação de quadrilha, furto e extorsão mediante seqüestro, enquanto Simone está sendo processada por formação de quadrilha. Os dois primeiros estavam presos desde 10 de fevereiro e Simone desde 26 de janeiro. A decisão foi tomada após a análise de um pedido da defesa dos réus e com base na concordância do Ministério Público.

Em abril, o juiz negou pedido idêntico feito pela defesa de Simone. De acordo com ele, o crime grave envolvia organização criminosa armada. “Segundo consta dos autos a denunciada integra a organização criminosa denominada Primeiro Comando da Capital – PCC, nela servindo de elo de ligação entre líderes da facção transmitindo ordem de comando de modo a garantir a comunicação dentro dos presídios, dentre outras condutas criminosas descritas na inicial”, afirmou o juiz.

Para ele, o delito descrito na denúncia tem gerado grande insegurança e desassossego social e merece ser tratado com rigor porque as pessoas estão assustadas diante do crescimento quase incontrolável de violência. No novo despacho, o juiz apontou três motivos para revogar a prisão dos acusados: o fato de terem sido presos preventivamente há mais de quatro meses; o laudo com a transcrição das conversas telefônicas que poderiam incriminá-los não ficou pronto e o processo ainda está na fase de instrução, ou seja, novas provas de acusação e defesa ainda deverão ser produzidas.

Autores

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!