Briga interna

OAB do Rio diz que movimento Cansei é golpismo paulista

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31 de julho de 2007, 16h41

“O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”.

A afirmação é presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, que declarou não considerar o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, como de caráter nacional. “Tanto no ponto de vista das Seccionais da OAB quanto do ponto de vista das demais entidades que estão participando. É, na verdade, um movimento estritamente paulista”, diz o presidente da entidade fluminense.

O movimento tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista. Segundo a entidade, a intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

O movimento se diz apartidário. Mas, o governo não tem a mesma interpretação. O Palácio do Planalto, que conta com o apoio irrestrito dos movimentos sociais com MST e UNE, já prepara uma reação.

A OAB do Rio diz que também cobra das autoridades investigações sobre o acidente. “No entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo. A OAB do Rio de Janeiro cobra a regularização dos serviços do sistema aéreo brasileiro”, diz Damous.

Segundo a secional, uma das soluções para o problema aéreo é a instalação de Juizados Especiais nos aeroportos. A idéia foi aceita pelo presidente da OAB, Cezar Britto.

“É importante ressaltar em relação a esse movimento paulista que até mesmo setores conservadores, esclarecidos, têm criticado a forma como essa tragédia da TAM vem sendo instrumentalizada por determinados setores. A OAB do Rio de Janeiro lembra que, em determinados momentos da vida nacional, a extrema direita já se assanhou, como agora está se assanhando novamente, e que isso não fez bem ao país”, completa o comunicado.

Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao Brasil”.

O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM) afirmou ironicamente que a iniciativa é liderada “por um segmento da elite branca. Deve ter começado em Campos do Jordão”.

Texto alterado em 01/08/2007, para correção de informações.

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