Justiça Já!

Ato pede julgamento de acusados pela morte de auditores em Unaí

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26 de janeiro de 2007, 23h01

No próximo domingo (28/1), um ato público vai protestar pelo não julgamento dos assassinos dos auditores fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e do motorista Ailton Pereira de Oliveira na zona rural de Unaí (MG). Os fiscais foram vítimas de uma emboscada quando investigavam denúncias de trabalho escravo, no dia 28 de janeiro de 2004.

O ato público, chamado Justiça e Julgamento Já!, acontece no local do crime. Os organizadores são os parentes das vítimas, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, a Associação dos Auditores Fiscais de Minas Gerais e a Delegacia Regional do Trabalho de Minas Gerais.

Os representantes dos auditores fiscais reivindicam ainda mais segurança para os trabalhadores da zona rural de Unaí. Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Rosa Maria Campos Jorge, após a chacina de Unaí pouca coisa mudou em relação à segurança dos auditores. Ela afirma que várias ameaças e dois atentados foram registrados no último ano.

Um dos acusados de ser o mandante do crime, Antério Mânica, foi eleito prefeito da cidade, enquanto estava preso. Ele adquiriu o direito de ser julgado pelo Fórum Especial. Outro acusado pelo crime, o fazendeiro Norberto Mânica ficou preso durante um ano. Mas foi solto depois que a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal acolheu seu pedido de Habeas Corpus, em setembro de 2005.

No ano passado, o fazendeiro foi preso novamente sob a acusação de atrapalhar as investigações. Atualmente, responde em liberdade, amparado por um Habeas Corpus concedido pelo STJ em novembro passado. A polícia chegou a prender mais duas pessoas apontadas como pistoleiros. Ao todo, são nove acusados de envolvimento na chacina.

Os acusados que, segundo decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, devem ir a Júri Popular são: Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, acusados de matar os fiscais; Francisco Élder Pinheiro, acusado de contratá-los; e os intermediários José Alberto de Castro, Humberto Ribeiro dos Santos e Hugo Alves Pimenta. Eles respondem por homicídio triplamente qualificado e podem pegar de 12 a 30 anos de prisão.

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