Mercado para advogados

Escritórios de advocacia terão de adotar estrutura mais enxuta

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19 de janeiro de 2007, 16h33

A advocacia não pode ser considerada, jamais, em tempo algum, “um negócio — eufemismo capitalista que não se adequa à atividade fim. É indubitável que a prática profissional dos operadores de direito mudou muito nas últimas décadas e, tenham certeza, vem ai, mais rápido do que se pensa uma nova e significativa mudança.

Fato é que quando inauguramos nosso escritório, em maio de 1982, já podíamos vislumbrar pequenos e lucrativos escritórios, com ênfase na especialização das suas atividades, em detrimento do velho advogado profissional liberal, que já vinha paulatinamente perdendo espaço.

O verdadeiro “boom” das grandes sociedades de advogados ocorridos na década de 1990, principalmente surgidas na esteira das privatizações, parecia condenar os pequenos escritórios a cerrarem suas portas, enquanto os antigos profissionais liberais eram relegados a uma espécie de limbo jurídico; “Dom Quixotes” do Direito, obrigados a sobreviver das migalhas rejeitadas pelos demais.

Com isto, verdadeiras empresas de direito foram criadas. Escritórios com mais de 300 profissionais, entre advogados, paralegais, estagiários, pessoal administrativo, etc. Isto sem esquecer a competição voraz e hostil que se instalou na advocacia. Mas já se disse que o mercado é dinâmico e implacável e é de solar evidência que para manter rentabilidade, as sociedades de advogados terão de se adaptar aos novos tempos.

Primeiro, brecando seu próprio gigantismo, buscando uma estrutura enxuta, mas que atenda de forma eficiente e rápida aos seus clientes. Segundo, focando o atendimento como meta, aprimorando o conhecimento de seus integrantes adaptando-os aos novos reclames da sociedade e primando pela comunicação com os clientes, mantendo-os inteiramente integrados e bem informados quanto ao serviço que lhes é prestado. Terceiro, mantendo sua prática estritamente dentro dos limites preconizados pelo nosso Código de Ética e Disciplina. Quarto, manter o cliente totalmente vinculado ao escritório de advocacia, ampliando os assuntos oferecidos pela banca (criminal, família, imobiliário, etc).

Enfim, todos os ramos do direito encontrados em uma única sociedade de advogados, multidisciplinar, com poucos profissionais, bem preparados, capazes, portanto, de atender a este novo perfil, o do cliente do século XXI.

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