Fé no vice

Escolha dos jurados abre julgamento de Scooter Libby

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18 de janeiro de 2007, 15h52

O processo contra Lewis “Scooter” Libby, ex-chefe de gabinete do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, começou ontem pela escolha do júri, com entrevistas a cerca de 60 cidadãos, interrogados sobre as suas ideias políticas. Libby é acusado de perjúrio e obstrução da investigação no “caso Plame”, no qual um alto funcionário revelou à Imprensa que Valerie Plame, mulher de um diplomata crítico da guerra no Iraque, era agente da CIA, o que constitui alta traição nos EUA.

Os advogados das partes interrogaram os potenciais membros do júri sobre vários assuntos, que incluíram a opinião pessoal sobre a Administração do presidente dos EUA, George W. Bush.

“Qual é a sua preferência política?”, “Descreva as suas opiniões sobre o vice-presidente Dick Cheney” ou “Tem sentimentos intensos sobre a guerra no Iraque?” são algumas das questões que os advogados de Libby colocaram aos cidadãos envolvidos no processo de selecção. Uma das principais testemunhas será o próprio Cheney, convocado pela defesa e que qualificou Libby como “um dos homens mais honrados” que conhece.

Com a escolha dos jurados, começou em Washington, nesta quarta-feira (17/1), o julgamento de Lewis “Scooter” Libby, ex-chefe de gabinete do vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney. Liby é acusado de mentir em juízo e de obstruir a ação da Justiça na investigação do caso Plame, no qual um alto funcionário do governo americano revelou a identidade de uma agente da CIA, o que nos EUA é considerado crime de alta traição.

A escolha dos jurados já levantou questionamentos diante da estratégia dos advogados de defesa de testar a fidelidade e a credibilidade dos jurados em relação às autoridades americanas em geral e ao vice-presidente em particular.

Os advogados das partes interrogaram os potenciais membros do júri sobre vários assuntos, que incluíram a opinião pessoal sobre a Administração do presidente dos EUA, George W. Bush. Os advogados de Libby disseram nesta quarta-feira (17/1) que é “um ponto crítico” saber se os jurados vêem o vice-presidente como uma pessoa digna de crédito.

“Qual é a sua preferência política?”, “Descreva as suas opiniões sobre o vice-presidente Dick Cheney” ou “Tem sentimentos intensos sobre a guerra no Iraque?” são algumas das questões que os advogados de Libby colocaram aos cidadãos envolvidos no processo de seleção.

“Nada me faz pensar positivamente sobre esse pessoal do governo”: A frase dita por uma das candidatas a formar o quadro de jurados foi suficiente para que a juíza Reggie Walton a excluísse. O julgamento começa na próxima segunda-feira. Uma das principais testemunhas será o próprio Cheney, convocado pela defesa. Cheney qualificou Libby como “um dos homens mais honrados” que ele conhece.

Scooter Libby é acusado de ter obstruído a ação da Justiça e de ter mentido para os investigadores do caso Plame., com o propósito de proteger o vice-presidente Dichk Cheney.

O subsecretário de estado Richard Armitage já confessou ser um dos responsáveis pelo vazamento para a imprensa da informação de que Valerie Palme, mulher do ex-embaixador Joseph Wilson, era agente secreta da CIA. Revelar a identidade de agentes secretos é considerado crime nos EUA. A informação foi publicada pelo colunista Robert Novak e pela jornalista Judith Miller, do New York Times.

A revelação da identidade de Valerie foi uma vingança da administração Bush contra o marido da agente. Na época da guerra do Iraque, o embaixador Joseph Wilson desmentiu publicamente que aquele país tivesse adquirido urânio enriquecido em Níger, para fabricar armamento nuclear. A fabricação de bombas nucleares foi um dos argumentos usados pelo presidente George W. Bush para deflagrar a guerra contra Saddam Hussein.

Judith Miler, e o ex-chefe da sucursal da NBC News, em Washington, Tim Russert, são apontados como potenciais testemunhas da acusação. Já a defesa de Libby quer obter judicialmente a fita da entrevista feita por Bob Woodward, repórter do Washington Post, com Armitage. Na fita, Armitage dá detalhes sobre o vazamento das informações sobre a agente Valerie.

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