Fraude na prova

Presidente da OAB-SP entrega indícios da fraude à polícia

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11 de dezembro de 2007, 20h56

O presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil , Luiz Flávio Borges D´Urso, entregou, nesta terça-feira (11/12), ao superintendente regional da Polícia Federal, Jaber Saadi, os indícios de fraude que provocou as suspensão do 134º Exame de Ordem, da seccional, no último domingo. D’Urso entregou ao delegado as cópias das questões constantes do exame e que foram distribuídas em um cursinho preparatório.

Este material foi apreendido pelo promotor de de São Sebastião da Grama (SP), Ernani de Menezes Vilhena Junior e encaminhado ao procurador-geral de Justiça Rodrigo Pinho, que alertou o presidente da OAB-SP para a possibilidade de fraude. “Este é um elemento fundamental para a investigação. As cópias das duas páginas com perguntas de número 19 a 30 está impressa no formato gráfico oficial. Portanto, o vazamento se deu no momento da produção e não na OAB paulista”, disse D´Urso, fazendo a defesa prévia da instituição que dirige.

De acordo com o presidente, a seccional seleciona as questões a partir de um banco de perguntas e as entrega à Vunesp, responsável pela formatação, reprodução e distribuição das provas aos 28 locais de aplicação do exame. D’Urso disse desconhecer detalhes da logística adotada pela Fundação. “Caberá a PF apurar aonde aconteceu e quem foi o autor do vazamento”.

O presidente esclareceu que quando as perguntas chegaram, no sábado (8/12) por e-mail, elas tinham sido digitadas pelo promotor, mas que só ontem recebeu do MPF a prova impressa, a mesma que o promotor de São Sebastião da Grama teria recebido de um professor de cursinho ou de uma aluna.

O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Jaber Saadi, afirmou que o inquérito solicitado na segunda-feira (10/12) pela seccional de São Paulo já foi instaurado. “Espero antes do final do ano uma solução para este inquérito”. Saadi ponderou que tem convicção de que há uma quadrilha atuando neste segmento de concursos públicos. “Certamente nenhuma hipótese está descartadas. Todas as possibilidades serão investigadas”.

A sindicância interna da OAB-SP, presidida pela vice-presidente, Márcia Regina Machado Melaré, também está trabalhando e já ouviu o presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem, Braz Martins Neto, responsável pela seleção de perguntas para a prova. A prova da primeira fase consta de 100 perguntas.

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