Morte no morro

Justiça do Rio condena Marcinho VP a 36 anos de prisão

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8 de agosto de 2007, 13h08

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o traficante Márcio Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP, a 36 anos de prisão por esquartejar os traficantes rivais André Luis dos Santos Jorge, o Dequinha, e Rubem Ferreira de Andrade, o Rubinho, em outubro de 1996. A sentença foi lida pelo juiz Fábio Uchoa Pinto de Miranda Montenegro às 23h desta terça-feira (7/8).

O julgamento, que estava previsto para as 12h, começou com três horas de atraso, no 1º Tribunal do Júri do Rio. Segundo a assessoria do Tribunal, o traficante vai cumprir 18 anos de prisão para cada homicídio cometido. A informação é do portal de notícias G1.

Ainda de acordo com o Tribunal, cerca de 20 agentes federais, armados de fuzis, fizeram a segurança no local. Vários familiares de Marcinho VP acompanharam o julgamento.

Marcinho VP foi a júri popular, pelo mesmo crime, pela segunda vez. No primeiro julgamento, em 31 de julho de 1999, ele também foi condenado a 36 anos de prisão. No entanto, a defesa do traficante pediu anulação do júri, alegando inversão de quesitos. A decisão do 1º Tribunal do Júri foi confirmada pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que negou o pedido da defesa de Marcinho VP. O Superior Tribunal de Justiça, porém, concedeu direito a novo julgamento.

O outro réu do processo, Eduardo Luiz Paixão, o Duda, também seria julgado nesta terça. A assessoria do Tribunal informou, no entanto, que o processo foi desmembrado e Duda será julgado em outra data porque sua defesa recusou um dos jurados durante o sorteio. Seu julgamento foi remarcado para o dia 18 de setembro, às 13h. Além de homicídio qualificado, os dois são acusados de formação de quadrilha e associação para o tráfico.

Em depoimento, Marcinho VP se declarou inocente dos crimes de que é acusado. Disse ainda que não tem profissão definida, é pai de seis filhos e que já trabalhou como vendedor de balas em trens.

O Ministério Público iniciou os debates às 16h e teve duas horas para concluir. Em seguida, a defesa teve, também, duas horas para expor seus argumentos. Houve possibilidade de réplica e tréplica, de meia hora cada. Depois disso, os jurados se reuniram para elaborar o veredicto.

Segundo o Ministério Público, as duas vítimas, Dequinha e Rubinho, tiveram os corpos esquartejados e foram encontradas dentro de um bueiro. Os dois tinham ligação com o traficante Leite Ninho, que planejava assumir o tráfico de drogas no Complexo do Alemão e integra quadrilha rival de Marcinho VP.

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