Pecados na igreja

Cardeais são acusados de ocultar abusos de padres

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21 de setembro de 2006, 12h14

Um mexicano de 25 anos de idade, que alega ter sofrido sofrido abuso sexual por parte de um padre católico, ajuizou em Los Angeles, na Califórnia, uma ação contra os cardeais da Igreja Católica daquele estado e do México. Ele alega que as autoridades eclesiásticas atuaram em conluio para ocultar provas que incriminam o padre acusado.

Segundo a ação, o padre Nicolas Aguilar teria molestado sexualmente pelo menos 60 rapazes em cidades dos Estados Unidos e do México onde prestou serviços. Os responsáveis por sua designação para as diversas paróquias foram o cardeal de Los Angeles, Roger Mahoney, e o cardeal mexicano Norberto Rivera. As informações são do site FindLaw.

O autor da ação ajuizada na Corte Superior de Los Angeles é o mexicano Joaquin Aguilar Mendez. O caso foi apresentado publicamente pela organização Rede de Sobreviventes de Abusos praticados por Padres, baseada em Chicago.

As arquidioceses do México e Los Angeles negaram a acusação, que classificaram como “fantasiosa”. O porta-voz da arquidiocese do México, Hugo Valdemar, disse que “jamais houve conspiração ou a elaboração de uma estratégia para proteger padres acusados de molestar crianças”.

A ação acusa formalmente o cardeal Norberto Rivera, que chegou a ser apontado como forte candidato à sucessão de João Paulo II. Também é acusado de ter armado a suposta trama para ocultar as provas contra o padre Aguilar, o também cardeal Roger Mahoney, à frente da maior arquidiocese dos EUA.

A ação alega que Rivera, hoje a maior autoridade católica do México, teria ajudado a acobertar abusos envolvendo 50 garotos quando o acusado, Joaquin Aguilar Mendez, servia como pároco no estado de Puebla, em 1987. Na época, Rivera era o bispo de Tehuacan, também em Puebla.

Diz a ação que Rivera teria mais tarde ajudado o acusado a ser transferido para a arquidiocese de Los Angeles. Aguilar é acusado em 19 casos que apuram abuso de crianças, na Califórnia. Joaquin Aguilar conta que teria sido abusado pelo padre em 1994, quando era um adolescente.

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