Baixaria de campanha

PF expõe ligação de sanguessugas com campanha eleitoral

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16 de setembro de 2006, 11h35

Três fatos ocorridos nesta sexta-feira (15/9) constituem o mais novo escândalo da política nacional, com potencial para influir decisivamente no resultado das eleições de 1º de outubro. Em Cuiabá, a Polícia Federal prendeu o empresário Luiz Antônio Vedoin, o fornecedor de ambulâncias e de denúncias do esquema dos sanguessugas. Em São Paulo, a PF prendeu dois elementos ligados ao PT de Mato Grosso, com R$ 1,7 milhão em seu poder. No mesmo dia chegou às bancas de todo o país a revista IstoÉ que trás na capa uma reportagem em que Vedoin acusa José Serra de estar envolvido no esquema dos sanguessugas.

Vedoin foi preso sob a acusação de vender provas do processo e por chantagear pessoas envolvidas no esquema de corrupção comandado por ele. A ordem de prisão partiu do juiz da 3ª Vara Federal de Cuiabá, Cesar Augusto Bearsi, a pedido da PF.

Um dia antes, a PF tinha prendido em Cuiabá, Paulo Trevisan, primo de Vedoin, com um pacote de fitas de vídeo e fotos que mostram José Serra à época em que era ministro da Fazenda do governo Fernando Henrique, na cerimônia de entrega de ambulâncias da Planam. Geraldo Alckmin também estaria no foco destas imagens, em situação semelhante. Serrano foi preso justamente quando tentava embarcar para São Paulo com o material, que segundo ele, iria entregar em São Paulo para seus compradores.

A polícia suspeita que o dinheiro apreendido em São Paulo com o empresário Valdebran Carlos Padilha da Silva e com o ex-agente da PF e advogado Gedimar Pereira Passos poderia ser usada para pagar o material comprometedor. Padilha já foi tesoureiro das campanhas eleitorais do PT no Mato Grosso e Passos se apresentou como advogado do diretório do PT naquele Estado.

Já a revista IstoÉ, que começou a circular na sexta-feira trouxe na capa reportagem em que o mesmo Luiz Antônio Vedoin acusa Serra e seu secretário executivo à época em que ocupou o ministério da Saúde, Barjas Negri de participarem da máfia de sanguessugas — o esquema de corrupção montado pelo empresário com o pagamento de propinas a deputados e funcionários do governo federal para a liberação de verbas do orçamento para compra superfaturada de ambulâncias.

As acusações da revista já ganharam espaço no horário eleitoral. Orestes Quércia exigiu a reportagem na televisão para atacar seu concorrente ao governo de São Paulo, José Serra. Serra, por sua vez, acusou o PT, de Aloísio Mercadante de promover “armação sem vergonha de fim de campanha”.

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