EUA x Cuba

Jornalistas pagos para fazer campanha anti-Cuba são demitidos

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3 de outubro de 2006, 18h50

Jesus Diaz Jr, publisher do jornal americano The Miami Herald deixou seu cargo nesta terça-feira (3/9), como conseqüência da recente revelação de que jornalistas da publicação em espanhol daquele matutino, o El Nuevo Herald, eram pagos pelo governo dos EUA para atacar o governo de Cuba.

Diaz também se demitiu do cargo de presidente da empresa Miami Herald Media Co. Em carta aos leitores, o editor disse que a empresa que publica os jornais deveria recontratar os jornalistas demitidos. O cargo será assumido por David Landsberg, que vinha ocupando o cargo de gerente-geral, informou a The McClatchy Company, empresa do conglomerado e que tem base em Sacramento, Califórnia

Uma reportagem publicada em 8 de setembro passado, na edição online do jornal, afirmava que o governo americano pagou milhares de dólares durante vários anos a pelo menos dez jornalistas de Miami para que veiculassem histórias negativas sobre Cuba e seu líder, Fidel Castro.

Esses jornalistas, segundo o The Miami Herald, recebiam pagamentos regulares do governo dos Estados Unidos para produzir programas na Rádio e na TV Martí. As duas emissoras, administradas pelo governo americano, transmitem notícias e programas em espanhol para Cuba e, conforme a reportagem, têm o objetivo de “minar o governo comunista de Fidel Castro e promover a democracia e a liberdade em Cuba.”

Segundo o The Miami Herald, os três jornalistas que recebiam as somas mais altas trabalhavam para o El Nuevo Herald, jornal de língua espanhola publicado pela mesma empresa do The Miami Herald

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Um deles, Pablo Alfonso, que tem uma coluna de opinião no El Nuevo Herald, recebeu US$ 175 mil para apresentar programas nas duas emissoras. O repórter Wilfredo Cancio Isla recebeu US$ 15 mil, e a freelancer Olga Connor, US$ 71 mil. Os três foram demitidos e não comentaram o assunto. Na época, Jesus Diaz Jr. acusou os jornalistas envolvidos de violarem a “sagrada confiança” do público.

Um porta-voz das emissoras administradas pelo governo dos EUA, Joe O´Connell, negou qualquer irregularidade e afirmou que os jornalistas simplesmente foram pagos por suas contribuições e seu conhecimento a respeito da política cubana.

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