Represália à investigação

Procurador-geral de Justiça do DF diz que MP é vítima de grampo

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15 de março de 2006, 18h31

Para o procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Rogério Schietti, o Ministério Público do DF está sendo vítima de grampo telefônico. Schietti explicou sua suspeita ao presidente do Tribunal de Justiça distrital, desembargador José Jeronymo de Souza.

Segundo o procurador-feral de Justiça, além dos grampos ilegais, procuradores e promotores estão sendo alvos também de correspondências anônimas. De acordo com Schiettii, as interceptações irregulares foram uma espécie de reação contra comissão instituída em agosto de 2004 para investigar contratos de serviços com o governo local. Até agora, o MP descobriu uma movimentação financeira resultante de contratos, sem licitação ou concurso, com o ICS — Instituto Candango de Solidariedade em torno de R$ 2 bilhões.

Desde que foram denunciadas pelo MP, conforme relatou o procurador-geral, as contratações irregulares com o ICS diminuíram. Mas, em vez de se desfazer o esquema, o fluxo de verbas teria migrado para a Codeplan, onde já foi movimentado mais de R$ 600 milhões desde julho do ano passado.

O Ministério Público também apontou irregularidades nas contratações do ICS. Segundo a investigação, em vez de efetivar os trabalhadores contratados, o instituto empregava outras pessoas com taxa adicional de pagamento. Desde o início do levantamento ministerial, já foram interpostas mais de 35 ações entre civis públicas, por improbidade administrativa e penal. Oito mil pessoas já teriam sido contratadas por meio do esquema denominado por Schietti como “dilapidação” do patrimônio público.

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