Sentenças trabalhistas são as mais questionadas da Justiça
1 de março de 2006, 19h20
Mais da metade das decisões de primeira instância da Justiça do Trabalho é alvo de recurso nos tribunais regionais. As partes recorrem das sentenças, em média, em 74% dos casos. É a maior taxa de recorribilidade em primeira instância do Judiciário brasileiro — a Justiça Federal tem índice de 47% e a Justiça Estadual de 9%. Em segunda instância, 51% das decisões são alvo de recursos para o Tribunal Superior do Trabalho.
A região da Justiça do Trabalho (são 24 regiões no país) em que as decisões de primeira instância têm mais eficácia é a 14ª Região (Rondônia e Acre), com taxa de recorribilidade de 33%. A que mais recebe recurso contra as decisões dos juízes de primeiro grau é a 4ª Região (Rio Grande do Sul), com taxa de 74%.
Os dados fazem parte do Justiça em Números — Indicadores Estatísticos do Poder Judiciário, levantamento do Conselho Nacional de Justiça sobre o Judiciário brasileiro, com números referentes a 2004. O primeiro levantamento do gênero, com dados de 2003, foi divulgado no ano passado.
Em relação à segunda instância, os acórdãos mais contestados são os do TRT da 17ª Região (Espírito Santo). Quase a metade das decisões vira recurso ao TST, com uma taxa de recorribilidade externa de 45,82%. Os acórdãos menos questionados são os do tribunal sergipano (20ª Região) — há recursos em 21,9%. Já o número de recursos contra decisões do TST é baixo, com taxa de 7,93%.
Mais vazão
Em compensação, a Justiça trabalhista é a menos congestionada dentre os três ramos do Judiciário brasileiro. Em primeiro grau, a taxa média de congestionamento é de 53% e em segundo grau o número cai para 24%. A taxa é menor que na Justiça Federal (congestionamento de 84% em primeira instância e 69% em segunda) e na Justiça Estadual (80% em primeira instância e 52% em segunda).
Em primeira instância, as varas trabalhistas da 21ª Região (Rio Grande do Norte) são as mais congestionadas — com 70% das ações paradas. A região com maior vazão é a 18ª (Goiás), congestionamento de 39%.
A nova pesquisa do CNJ, com números de 2004, mostrou que, em um ano, pouca coisa se alterou na distribuição de recursos financeiros na Justiça do Trabalho — a maior parte do dinheiro é gasto com a folha de pagamentos e são investidos valores ínfimos na informatização dos procedimentos. Em 2003, 93% das despesas do Judiciário trabalhista foram destinadas ao pagamento do pessoal. O número pouco mudou em 2004, com 91,34% dos recursos financeiros gastos com recursos humanos.
Os gastos com a informática em 2004 foram pouco representativos, já que, na média, 0,96% da despesa da Justiça Trabalhista vai para a área. Em relação ao número de computadores por usuário, a situação também não é a ideal. Em média, há dois computadores para 3 usuários. Apenas na 14ª Região (Rondônia e Acre) cada usuário tem um computador a sua disposição.
Taxa de recorribilidade externa da Justiça do Trabalho de 1º Grau
Região | Recursos | Processos julgados | Porcentagem |
1ª – RJ | 33.908 | 81.067 | 41,83% |
2ª – SP | 74.853 | 121.577 | 61,57% |
3ª – MG | 32.933 | 54.920 | 59,97% |
4ª – RS | 35.781 | 48.313 | 74,06% |
5ª – BA | 16.844 | 34.693 | 48,55% |
6ª – PE | 10.309 | 23.700 | 43,50% |
7ª – CE | 3.990 | 11.726 | 34,03% |
8ª – PA/AP | 6.765 | 11.680 | 57,92% |
9ª- PR | 23.968 | 39.293 | 61,00% |
10ª – DF/TO | 6.877 | 16.718 | 41,14% |
11ª – AM/RO | 6.856 | 9822 | 69,80% |
12ª – SC | 12.904 | 20.912 | 61,71% |
13ª – PB | 3.341 | 7.079 | 47,20% |
14ª – RO/AC | 1.363 | 4.095 | 33,28% |
15ª – Campinas | 53.922 | 85.897 | 62,78% |
16ª – MA | 3.988 | 7.486 | 53,27% |
17ª – ES | 5.215 | 9.639 | 54,10% |
18ª – GO | 6.651 | 12.482 | 53,28% |
19ª – AL | 3.510 | 7.012 | 50,06% |
20ª – SE | 2.290 | 5.173 | 44,27% |
21ª – RN | 2.806 | 7.812 | 35,92% |
22ª – PI | 1.500 | 3.128 | 47,95% |
23ª – MT | 3.390 | 7.874 | 43,05% |
24ª – MS | 2.463 | 5.565 | 44,26% |
Total | 14.851 | 26.569 | 51,02% |
Taxa de recorribilidade externa na Justiça do Trabalho de 2° Grau
Região | Recursos | Acórdão Publicado | Porcentagem |
1ª – RJ | 15.898 | 39.333 | 40,42% |
2ª – SP | 20.730 | 60.826 | 34,08% |
3ª – MG | 14.570 | 37.440 | 38,92% |
4ª – RS | 14.234 | 35.335 | 40,28% |
5ª – BA | 5.010 | 18.551 | 27,60% |
6ª – PE | 4.054 | 10.436 | 38,85% |
7ª – CE | 1.236 | 3.694 | 33,42% |
8ª – PA/AP | 2.826 | 6.601 | 42,81% |
9ª- PR | 8.398 | 22.495 | 37,33% |
10ª – DF/TO | 3.242 | 7.518 | 43,12% |
11ª – AM/RO | 1.923 | 4.622 | 41,61% |
12ª – SC | 4.110 | 12.379 | 33,20% |
13ª – PB | 1.715 | 5.478 | 31,31% |
14ª – RO/AC | 526 | 1.571 | 33,48% |
15ª – Campinas | 15.051 | 44.825 | 33,58% |
16ª – MA | 711 | 2.826 | 25,16% |
17ª – ES | 3.227 | 7.043 | 45,82% |
18ª – GO | 2.032 | 6.811 | 29,83% |
19ª – AL | 1.245 | 3.593 | 34,65% |
20ª – SE | 642 | 2.932 | 21,90% |
21ª – RN | 922 | 3.682 | 25,04% |
22ª – PI | 1.082 | 2.450 | 44,16% |
23ª – MT | 1.009 | 3.873 | 26,05% |
24ª – MS | 885 | 3.422 | 25,86% |
Média | 5.220 | 14.472 | 34,52% |
TST | 5.959 | 75.184 | 7,93% |
Taxa de congestionamento da Justiça do Trabalho de 1º Grau
Região | Recursos Ordinários | Processos julgados | Porcentagem |
1ª – RJ | 33.908 | 81.067 | 41,83% |
2ª – SP | 74.853 | 121.577 | 61,57% |
3ª – MG | 32.933 | 54.920 | 59,97% |
4ª – RS | 35.781 | 48.313 | 74,06% |
5ª – BA | 16.844 | 34.693 | 48,55% |
6ª – PE | 10.309 | 23.700 | 43,50% |
7ª – CE | 3.990 | 11.726 | 34,03% |
8ª – PA/AP | 6.765 | 11.680 | 57,92% |
9ª- PR | 23.968 | 39.293 | 61,00% |
10ª – DF/TO | 6.877 | 16.718 | 41,14% |
11ª – AM/RO | 6.856 | 9822 | 69,80% |
12ª – SC | 12.904 | 20.912 | 61,71% |
13ª – PB | 3.341 | 7.079 | 47,20% |
14ª – RO/AC | 1.363 | 4.095 | 33,28% |
15ª – Campinas | 53.922 | 85.897 | 62,78% |
16ª – MA | 3.988 | 7.486 | 53,27% |
17ª – ES | 5.215 | 9.639 | 54,10% |
18ª – GO | 6.651 | 12.482 | 53,28% |
19ª – AL | 3.510 | 7.012 | 50,06% |
20ª – SE | 2.290 | 5.173 | 44,27% |
21ª – RN | 2.806 | 7.812 | 35,92% |
22ª – PI | 1.500 | 3.128 | 47,95% |
23ª – MT | 3.390 | 7.874 | 43,05% |
24ª – MS | 2.463 | 5.565 | 44,26% |
14.851 | 26.569 | 51,02% |
Taxa de congestionamento da Justiça do Trabalho de 2º Grau
Região | Recursos | Acórdão Publicado | porcentagem |
1ª – RJ | 15.898 | 39.333 | 40,42% |
2ª – SP | 20.730 | 60.826 | 34,08% |
3ª – MG | 14.570 | 37.440 | 38,92% |
4ª – RS | 14.234 | 35.335 | 40,28% |
5ª – BA | 5.010 | 18.551 | 27,60% |
6ª – PE | 4.054 | 10.436 | 38,85% |
7ª – CE | 1.236 | 3.694 | 33,42% |
8ª – PA/AP | 2.826 | 6.601 | 42,81% |
9ª- PR | 8.398 | 22.495 | 37,33% |
10ª – DF/TO | 3.242 | 7.518 | 43,12% |
11ª – AM/RO | 1.923 | 4.622 | 41,61% |
12ª – SC | 4.110 | 12.379 | 33,20% |
13ª – PB | 1.715 | 5.478 | 31,31% |
14ª – RO/AC | 526 | 1.571 | 33,48% |
15ª – Campinas | 15.051 | 44.825 | 33,58% |
16ª – MA | 711 | 2.826 | 25,16% |
17ª – ES | 3.227 | 7.043 | 45,82% |
18ª – GO | 2.032 | 6.811 | 29,83% |
19ª – AL | 1.245 | 3.593 | 34,65% |
20ª – SE | 642 | 2.932 | 21,90% |
21ª – RN | 922 | 3.682 | 25,04% |
22ª – PI | 1.082 | 2.450 | 44,16% |
23ª – MT | 1.009 | 3.873 | 26,05% |
24ª – MS | 885 | 3.422 | 25,86% |
Média | 5.220 | 14.472 | 34,52% |
TST | 5.959 | 75.184 | 7,93% |
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