Caso Kroll

Juiz adia interrogatório de Daniel Dantas e Carla Cico

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2 de maio de 2006, 20h59

Os interrogatórios do empresário Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, e da executiva Carla Cico, ex-presidente da Brasil Telecom, marcados para esta terça-feira (2/5) e para o dia 16 de maio foram adiados. Daniel Dantas deve depor no dia 30 de maio. O interrogatório de Carla ainda não foi remarcado. Os dois são investigados por formação de quadrilha e interceptação telefônica ilegal.

A decisão, do juiz federal Silvio Luís Ferreira da Rocha da 5ª Vara Criminal de São Paulo, obedece ao Habeas Corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. O adiamento foi solicitado pela defesa dos empresários, que alegavam não ter tido acesso aos 20 volumes do inquérito policial. O pedido havia sido negado pelo juiz Rocha, que entendeu que os acusados tiveram acessos ao inquérito. No entanto, o TRF-3 deferiu o Habeas Corpus.

Os réus são acusados pelos crimes de interceptação telefônica ilegal e formação de quadrilha. Segundo a acusação, eles teriam contratado uma multinacional de investigações privadas para espionar executivos da Telecom Itália no curso da disputa pelo controle da terceira maior empresa de telefonia fixa no país — a Brasil Telecom.

A Polícia Federal começou a apurar o caso Kroll em 2004, logo após a revelação de que as investigações da Kroll haviam atingido o então presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, e o ministro–chefe da Secretaria de Comunicação do Governo e Gestão do governo Lula, Luiz Gushiken. Na época dos fatos, Gushiken, que ainda não era ministro, prestava assessoria aos fundos de pensão do Banco do Brasil e da Petrobras, entre outros, que também detêm participação acionária na Brasil Telecom.

Este texto foi atualizado em 31/10/06, com a exclusão dos nomes dos acusados, quando se contatou descabidas as imputações feitas à época dos fatos

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