Medida de segurança

Tecnologia permite monitoração inteligente de conversas

Autor

  • Hugo Cesar Hoeschl

    post doc em governo eletrônico professor da UFSC. É também ex-secretario de Geração de Oportunidades de Florianópolis. Especialista em Informática Jurídica doutor em Inteligência Aplicada e pós-doutor em Governo Eletrônico. Ex-Promotor de Justiça e ex-Procurador da Fazenda Nacional.

28 de junho de 2006, 15h52

Os recentes ataques do PCC e o ataque ao Congresso Nacional mostram a necessidade da ampliação do trabalho informacional estatal, apoiado por tecnologias inovadoras. Em ambos os casos, era possível saber muito mais sobre os incidentes, antecipadamente, para que tivessem desfechos completamente diferentes daqueles que ocorreram. A boa informação adequadamente coletada, bem armazenada, devidamente analisada e corretamente difundida praticamente elimina o uso desnecessário da força e da violência e permite uma eficiente tomada de decisão.

Mas como extrair informações efetivamente relevantes de dentro de enormes massas de dados e textos e de monstruosos fluxos de comunicações? A resposta vem da Alemanha. Ou do Brasil, embora identificada pelos alemães. A editora Springer, de Berlim, uma das mais conceituadas do mundo no cenário da tecnologia da informação, acaba de selecionar uma tecnologia brasileira para a sua publicação Lecture Notes in Computer Science. A tecnologia brasileira foi classificada pelos germânicos como Intelligent Information Extraction from Texts, ou Extração Inteligente de Informações Textuais, e trata exatamente desse assunto.

O modelo brasileiro, entre outras coisas, contém uma estrutura de representação do conhecimento baseada em ontologias. Isso faz com que o sistema jamais confunda lavagem de dinheiro com cédulas na máquina de lavar, por exemplo, e atribua a cada uma das expressões um valor diferenciado e contextualizado.

Desenvolvido originariamente para o Ontoweb (daí o nome), esse modelo tem uma derivação específica para a área de segurança pública, chamada de IDSeg — Inteligência Digital para Segurança Pública. A finalidade da tecnologia IDSeg é consolidar grandes massas de informações e cruzá-las com ocorrências policiais, dados de administração carcerária, relatórios de inteligência, dados de veículos e armas, transações financeiras e comunicações monitoradas, para, com técnicas de inteligência artificial e redes de relacionamento, detectar e identificar focos criminosos.

No âmbito da segurança pública e das atividades de inteligência, a construção de estruturas ontológicas permite um monitoramento muito mais eficiente e preciso dos fatos sob análise. Assim, quando surge a pergunta “como um sistema pode monitorar 10 mil elos comunicacionais ao mesmo tempo, conseguindo identificar o que é relevante?”, automaticamente surge a resposta: com o uso de ontologias e extração inteligente de informação textual. Segundo os alemães.

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    post doc em governo eletrônico professor da UFSC. É também ex-secretario de Geração de Oportunidades de Florianópolis. Especialista em Informática Jurídica, doutor em Inteligência Aplicada e pós-doutor em Governo Eletrônico. Ex-Promotor de Justiça e ex-Procurador da Fazenda Nacional.

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