Crime em casa

MP volta a denunciar promotor que tentou matar mulher

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4 de janeiro de 2006, 17h08

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, entrou nesta quarta-feira com ação no Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo contra o promotor João Luiz Portolan Minnicelli Trochmann, acusado de tentar matar sua mulher em 2002.

A denúncia contra o promotor, por tentativa de homicídio por motivo torpe e recurso que impediu a defesa da vítima, foi apresentada pelo ex-procurador geral Luís Antônio Guiimarãoes Marrey em 13 de dezembro de 2002. O STF rejeitou a denúncia de Marrey. Agora seu sucessor, Rodrigo Pinho, entra no TJ postulando condenação pelo crime de lesão grave.

Em 6 de dezembro de 2002, às 18h30, no interior de sua residência, no Vale Verde, município paulista de Valinhos, o promotor João Luiz Portolan Minnicelli Trochmann, diz a ação de Rodrigo Pinho, “ofendeu a integridade corporal e a saúde de sua esposa, Erika May Trochmann, com projétil de revolver calibre 38 Rossi, porque pretendia matá-la”.

O promotor, que ainda não perdeu o cargo e recebe salário, teria tentado matar a mulher depois de saber que ela queria a separação judicial. Segundo o relato de Rodrigo Pinho, ele resolveu “matá-la em 6 de dezembro de 2002 e, depois de dispensar o jardineiro Ademar e trancar as portas e janelas da moradia para dificultar a defesa, apontou-lhe de surpresa o revólver, jogando-a ao chão para imobiizá-la, ocasião na qual afirmou “comece a rezar que você vai morrer”.

Pinho diz que ela pediu para ir ao banheiro, tentanto fugir do marido, mas o promotor “a segurou pelo braço e, com a arma de fogo na cabeça dela, colocou-a em um pequeno lavabo de maneira a encurralá-la e, no momento no qual ela quis fechar a porta do sanitário, agarrou-a pelo pescoço para lançá-la contra a parede, derrubá-la e, após reduzir a capacidade de resistir, disprara a arma de fogo para acertá-la na altura do queixo e provocar os ferimentos”.

Rodrigo Pinho encerra o libelo referindo que “o denunciado quis matar a cônjuge para puni-la pela decisão de dele se afastar e lhe obstar nova união, mobilizando-se por intolerância, prepotência, egoísmo e despeito. Agiu, consequentemente por motivo torpe, que ele mesmo revelou ao dizer à desditosa vítima “se você não me quer mais, ninguém mais vai ter você também”.

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