Cooperação internacional

Especialistas de 7 países passam por treinamento anti-seqüestro

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19 de agosto de 2006, 19h09

Especialistas em segurança pública de sete países da América Latina se reuniram em Assunção, capital do Paraguai, para o primeiro treinamento anti-seqüestro, organizado pelo escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. O encontro também teve o objetivo de reforçar a cooperação entre os países no combate a seqüestros, especialmente nos casos ligados ao crime organizado.

O treinamento identifica os tipos de seqüestros mais comuns na América Latina, entre eles os de extorsão, mais freqüentes no México e no Brasil; os seqüestros relâmpagos, mais comuns na Colômbia e no Brasil; e os que têm motivos ideológicos, contra os quais o governo colombiano luta há décadas. Há também os seqüestros usados para financiar o crime organizado.

A idéia é que os profissionais que participaram do treinamento sejam agentes multiplicadores das técnicas em seus países. O Brasil teve dois representantes da Divisão Anti-Seqüestro da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro: major Antônio Moreira Pinto e o delegado Cláudio Armando Ferraz.

O treinamento se baseou no Manual Anti-Seqüestro lançado há quatro meses pelas Nações Unidas, que inclui práticas que tiveram sucesso em diversos países e instrumentos para a área de Segurança e Justiça Criminal. Participaram representantes do Brasil, da Argentina, da Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá e Paraguai.

O governo do Paraguai incentivou o evento, porque o tema se tornou especialmente sensível no país depois do seqüestro e assassinato de Cecília Cubas, filha do ex-presidente paraguaio, em fevereiro de 2005. O Brasil também tem grande interesse no assunto. Na semana passada, integrantes da facção criminosa PCC — Primeiro Comando da Capital, seqüestraram um repórter e um técnico da TV Globo. Para que o jornalista fosse libertado, pediram para que uma gravação fosse ao ar, com reivindicações de presidiários. A fita foi ao ar.

O curso promovido é resultado de dois anos de pesquisa de diversos grupos de trabalho, com especialistas regionais, inclusive do Brasil. O projeto começou em 2004 com uma parceria entre o escritório das Nações Unidas e o governo da Colômbia, que financiou o projeto, para tentar conter os índices de seqüestro no país, um dos mais elevados. No mundo todo, estima-se que mais de 10 mil pessoas são seqüestradas por ano.

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