Novas suspeitas

Seqüestro de repórter pode ter sido orientado por Norambuena

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14 de agosto de 2006, 17h50

O seqüestro do repórter da TV Globo, Guilherme Portanova, pode ter sido orientado por Maurício Hernandez Norambuena, seqüestrador do publicitário Washington Olivetto. O chileno será ouvido na investigação do caso, assim como líderes do crime organizado em São Paulo e seus advogados.

A Secretaria de Administração Penitenciária não confirma, mas Norambuena estaria preso na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, onde estão alguns acusados apontados como líderes da facção. A informação é da Agência Globo.

Não é a primeira vez que é feita uma ligação entre os recentes ataques do crime organizado e o seqüestrador chileno, que cumpre pena de 30 anos pelo seqüestro de Olivetto, ocorrido dezembro de 2001. Durante as investigações sobre a primeira onda de atentados no estado, em maio, a Polícia chegou a afirmar que a organização criminosa teria aprendido a operar por ‘células’ com Norambuena.

Norambuena foi chefe da FPMR — Frente Patriótica Manuel Rodríguez, organização de extrema esquerda, derivada do MIR chileno, que acabou se transformando numa quadrilha de crimes comuns.

Em 2002 e 2003, a polícia paulista apreendeu com integrantes do PCC planos de seqüestro de autoridades, que nunca se consumaram. Agora, essa é uma possibilidade que voltou a ser levantada.

Seqüestro

Guilherme Portanova foi libertado pelos seqüestradores na madrugada desta segunda-feira (14/8). Ele passou cerca de 40 horas no poder dos criminosos, integrantes do PCC — Primeiro Comando da Capital.

No sábado (12/8), Portanova e o assistente técnico da emissora Alexandre Calado foram sequestrados. O auxiliar técnico foi libertado por volta das 22h30 de sábado, perto da sede da TV, na zona sul de São Paulo. Os criminosos exigiram que ele levasse um vídeo para exibição na emissora. Se a exibição não fosse feita, o repórter seria morto, segundo a ameaça. A exigência foi atendida na madrugada do domingo (13/8).

No vídeo, um homem encapuzado reclamou de maus tratos nas cadeias e no RDD — Regime Disciplinar Diferenciado. Trechos do comunicado foram extraídos de um parecer do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça. O trecho é o que expressa o argumento técnico contra o tratamento excepcional dado aos líderes do PCC.

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