Santo de Casa

MP investiga envolvimento de agentes penitenciários com o PCC

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8 de agosto de 2006, 11h47

O Ministério Público de São Paulo, por meio de seu grupo de elite, o Gaeco, toca em sigilo uma mega-operação contra funcionários públicos que estariam ligados à organização criminosa do Primeiro Comando da Capital, o PCC. A operação segue os moldes daquela que levou à cadeia advogados acusados de facilitarem a logística do comando criminoso.

A operação, cujos resultados serão divulgados em 15 dias, é concentrada exclusivamente na região oeste do estado de São Paulo, como nos presídios de Itapira, Getulina e Araraquara.

O foco da operação são funcionários do próprio estado. O MP dispõe de dados de contas bancárias com movimentações vultosas para quem ganha pouco como funcionário público estadual. Segundo as investigações, agentes penitenciários venderiam celulares para integrantes da facção criminosa por até R$ 20 mil.

O número de investigados chegou a bater a casa de cem pessoas, mas, inadvertidamente, dados referentes a tais investigados acabaram vazando quando do depoimento das advogadas ligadas ao PCC junto à CPI do Tráfico de Armas. A partir desse vazamento, o Ministério Público Estadual restringiu a lista de investigados.

Desta vez, o MP descartou os serviços de inteligência do Serviço Reservado da PM e do próprio Departamento de Investigações Criminais, o Deic. Quem fornece dados é o serviço de inteligência da Secretaria de Assuntos Penitenciários.

O Ministério Público trabalha com transferências monstruosas de somas, via bancária, e com interceptação legal de conversas: é desse cruzamento que surge a nova operação. Procurado pela reportagem da revista Consultor Jurídico, o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, do Gaeco, disse que não comenta investigações. Mas declarou que “o MP tem certeza de que o crime organizado corrompeu esferas da sociedade que jamais imaginávamos que pudessem ser corrompidas”.

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