Violência organizada

Criminosos atacam Ministério Público em nova onda de violência

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7 de agosto de 2006, 10h32

O crime organizado promoveu pelo menos 50 ataques na madrugada desta segunda-feira (7/7), em São Paulo. Eles começaram por volta das 4h da madrugada. Um dos mais violentos foi contra a sede do Ministério Público estadual, na região central da capital paulista, onde uma bomba explodiu. A entrada do prédio foi danificada e as vidraças no terceiro andar ficaram estilhaçadas.

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, afirmou que o MP fará um balanço dos prejuízos materiais. Uma equipe de perícia da Polícia Civil e um pessoal de engenharia do próprio MP estiveram no local para calcular os prejuízos.

Em entrevista coletiva, Pinho disse que os promotores “não vão se intimidar, continuarão reprimindo as organizações criminosas e investigando os advogados que fazem o papel de pombos-correio”. O procurador-geral de Justiça afirmou também que os ataques desta madrugada mostram ao Congresso Nacional que é urgente a aprovação das medidas legislativas encaminhadas pelo MP paulista a Brasília. O Ministério Público pede a revisão de diversos pontos da legislação penal.

Entre as mudanças, o MP defende que os líderes de organizações criminosas como o PCC possam ficar isolados por um prazo maior do que o de dois anos permitido pela lei. Para Pinho, “o período de dois anos de permanência no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) não é suficiente para quebrar o contato com a base da organização nem para impedir novas ações criminosas”.

Outros alvos

O Fórum de Santo André também foi alvo de ataques à bomba. Houve apenas danos materiais. Um balanço parcial dos ataques indica que 23 ônibus foram incendiados, a maioria nas cidades de Mauá e Santo André, no ABC paulista. A capital paulista e a cidade de Jundiaí também tiveram ônibus incendiados.

Quatorze agências bancárias, caixas eletrônicos e pelo menos cinco postos de gasolina foram atacados. Num deles, na Marginal Tietê, os marginais colocaram fogo num caminhão que estava estacionado no local.

Três bases da Guarda Civil foram alvo dos bandidos, uma delas no Capão Redondo, na zona sul. A Secretaria da Fazenda foi danificada por granadas. Um funcionário da Secretaria da Fazenda, que trabalhava no local, disse que três explosões fizeram tremer todo o prédio. Ele chegou a ver os três homens que arremessaram as bombas.

O prédio da Secretaria da Fazenda, na região central, próximo ao PoupaTempo, também foi alvo de incendiários. Duas viaturas da Polícia Civil foram incendiadas no estacionamento em frente ao Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado, o Deic, na zona norte da capital.

*Com informações da Agência Globo e da Agência Estado. Texto atualizado às 13h.

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