O intermediário

Condenado mais um envolvido na morte de Dorothy Stang

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26 de abril de 2006, 20h50

O fazendeiro Amair Fejoli da Cunha, o Tato, foi condenado, nesta quarta-feira, em Belém do Pará, a 18 anos de prisão pelo assassinato da freira americana Dorothy Stang. O réu, que já havia confessado sua participação no crime, admitiu ter contratado por R$ 50 mil os dois pistoleiros que executaram a religiosa. No julgamento voltou a acusar os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão, o Taradão, de serem os mandantes do crime. Por ter colaborado com a Justiça, Fejoli teve a pena reduzida em um terço.

Os dois fazendeiros, acusados de serem os mandantes do crime, bem como Tato, são donos de terra em Anapu, no sudeste do Pará. Na mesma área, a missionária americana desenvolvia, com apoio do governo federal e de instituições internacionais, o seu Projeto de Desenvolvimento Sustentável, um programa de assentamento de sem terra. Não tardou para que os interesses conflitantes dos dois grupos descambassem para a violência.

No dia 12 de fevereiro do ano passado, os pistoleiros Raifran das Neves e Clodoaldo Batista, que trabalhavam na fazenda de Fejoli, cruzaram com Dorothy numa estrada e a executaram com seis tiros.

Tato é o terceiro envolvido no crime a ser julgado. Rayfran das Neves foi condenado a 27 anos de prisão, enquanto, Clodoaldo Batista foi condenado a 18 anos. Os dois condenados afirmaram ter recebido de Tato proposta de R$ 50 mil para matar Dorothy, de acordo com o promotor do caso Lauro Freitas Junior. Eles afirmam que não receberam o dinheiro.

A família de Dorothy Stang e várias organizações de direitos humanos estão em Belém para acompanhar o julgamento. Ainda faltam ser julgados os suspeitos de serem os mandantes do crime: Regivaldo Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura.

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