Baderna agrária

MP denuncia Stédile e outros 36 por invasão de horto florestal

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24 de abril de 2006, 19h17

O líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, João Pedro Stédile, e outros 36 integrantes da Via Campesina, grupo ligado ao MST, foram denunciados nesta segunda-feira (24/4) pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Eles são acusados pela invasão do horto do grupo Aracruz no dia 8 de março.

Na invasão, foram depredadas as dependências da divisão produtiva mantida pela Aracruz. Segundo o MP, cerca de 50 mil mudas de árvores nativas e um milhão de mudas de eucaliptos que estavam no laboratório da propriedade foram destruídas.

Na denúncia, o promotor de Justiça Daniel Soares Indrusiak acusa os invasores pelos delitos de dano, furto, cárcere privado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O promotor também pediu a quebra de sigilo bancário de três entidades ligadas à Via Campesina — Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Região Sul do Brasil, Associação Nacional das Mulheres Camponesas e Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul.

Embora não tenha sido comprovada a presença de Stédile na invasão, o MP entendeu que o líder exerceu função decisiva “no planejamento e na execução do crime”. Isso porque “estimulou os demais denunciados à prática do delito”, concorrendo materialmente para a sua consecução, oferecendo subsídios teóricos para sua execução e “promovendo a adesão de centenas de simpatizantes de seu movimento ao ato que culminou em resultado criminoso”.

O Ministério Público gaúcho apurou que os denunciados planejavam a ação há pelo menos 90 dias, utilizando como subterfúgio a ocorrência de grande evento de debates políticos e sociais na capital gaúcha, no mesmo período, conforme atas de reunião e preparação apreendidas em Passo Fundo.

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