Algemada na grade

Acrimesp pede ao MP que apure se Suzane foi torturada

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12 de abril de 2006, 17h24

Foi noticiado que ao se entregar à Polícia, Suzane von Richthofen foi mantida em uma sala, sentada numa cadeira e algemada num aro preso à parede durante mais de 20 horas. Para a Acrimesp — Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo, tal fato, se verdadeiro, caracteriza crime de tortura.

Para apurar a veracidade das informações divulgadas, o presidente do Conselho da Acrimesp, Ademar Gomes, requereu ao Ministério Público a abertura de inquérito policial. Pela Lei 9.455, é crime de tortura “submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.

Gomes ressalta que, se for confirmado o procedimento, “o Estado poderá ser processado por danos físicos e morais, além de impor penalidades aos agentes públicos que permitiram essa atrocidade”.

Suzane confessou ter participado do assassinato de seus pais, Manfred e Marisia von Richthofen, junto com seu então namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Christian. Ela aguardava seu julgamento em liberdade, mas foi presa na segunda-feira (10/4) depois que foi exibida a entrevista que deu para o programa Fantástico, da Rede Globo.

Durante a entrevista exibida no último domingo na Globo, Suzane chora (ou finge que chora), diz que foi forçada pelo namorado a planejar a morte dos pais e que quer voltar a ter uma vida. Em seguida, a emissora exibiu trechos da gravação em que o advogado Mário Sérgio de Oliveira orienta Suzane a chorar e a interromper a entrevista, como foi feito seguidas vezes.

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