Perigo de demora

Advogado de Palocci esclarece atraso de entrevista coletiva

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5 de abril de 2006, 16h43

O advogado José Roberto Batochio, que representa o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, divulgou nota em que explica os motivos de a entrevista coletiva que marcou em Brasília, na terça-feira (4/4), para as 17h30, ter começado apenas às 22 horas. Segundo o advogado, a entrevista atrasou porque o depoimento de seu cliente à Polícia Federal também começou depois do horário previsto.

De acordo com a nota, a oitiva de Palocci estava marcada para as 15 horas, mas o delegado Rodrigo Carneiro Gomes, responsável por tomar o depoimento, chegou à casa do ex-ministro por volta das 17 horas — e o ouviu até as 20h45. A nota do advogado responde à especulações de que a convocação da imprensa teve como objetivo desviar a atenção da imprensa do depoimento do ex-ministro à Polícia Federal.

Em referência ao fato de Palocci ter prestado depoimento em casa, o advogado afirmou que “não constitui regalia, mas sim um direito inerente a qualquer cidadão em circunstâncias especiais de saúde, a tomada de depoimento em sua própria residência (ou no hospital em que se encontre), mediante atestado médico e ajuste prévio com a autoridade responsável pelo inquérito”, registrou.

Nota à Imprensa

Em virtude de notícias veiculadas pela mídia, atribuindo a convocação de uma coletiva de imprensa a uma “manobra” para esconder o depoimento que o Dr. Antonio Palocci prestaria à Polícia Federal, nos sentimos no dever de tornar público alguns esclarecimentos. Ressalvamos, inicialmente, que não constitui regalia, mas sim um direito inerente a qualquer cidadão em circunstâncias especiais de saúde, a tomada de depoimento em sua própria residência (ou no hospital em que se encontre), mediante atestado médico e ajuste prévio com a autoridade responsável pelo inquérito.

O requerimento de antecipação do ato, deferido pelo delegado Rodrigo Carneiro Gomes, estabelecia que o depoimento tivesse início às 15 horas de ontem (04/04), razão porque, prevendo-se que duraria aproximadamente duas horas e meia, foi sugerida a convocação de uma entrevista com a imprensa, na qual seria divulgada a real versão dos fatos relatada pelo Dr. Palocci. Como o depoimento não estava agendado para aquela data, sendo apenas do conhecimento das autoridades nele envolvidas, era de se esperar que a entrevista tivesse um caráter relevante para todos os meios de comunicação que acompanham o caso. Assim entendemos e assim atuamos.

O que não podíamos prever era: 1) o atraso do delegado Rodrigo Carneiro Gomes, que só chegou à residência do Dr. Palocci por volta das 17 horas, resultando, portanto, em um depoimento que encerrou às 20h45; 2) que durante esse tempo se alimentasse toda a sorte de boatos, envolvendo inclusive outros personagens, e que a relevância da entrevista ganhasse outros adjetivos, explicáveis tanto pela falta de informações quanto pelo clima de suspense que impera em Brasília nos últimos meses. A par disso, tentar insinuar “manobras” resulta em grave injustiça contra pessoas, em nada contribuindo para a real compreensão dos fatos.

Com a saúde abalada e concentrado em estabelecer a verdade sobre o caso em evidência, entendemos que não cabe ao Dr. Palocci — que certamente concordaria —, mas à sua defesa em particular, vir a público com esses esclarecimentos. E o fazemos em respeito ao trabalho da imprensa, com formais pedidos de escusas por uma demora que independeu de nossa vontade e que tantos transtornos causou.

José Roberto Batochio

Advogado

Brasília, 05 de abril de 2006

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