Investimento de penas

Fazendas da Avestruz Master podem pagar despesas

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22 de novembro de 2005, 20h18

As fazendas pertencentes ao grupo Avestruz Master, que protocolou pedido de falência no último dia 11 de novembro, podem pagar seus funcionários e comprar alimentos e medicação para as aves. A decisão é do juiz Itaney Francisco Campos, da 8ª Vara Cível de Goiânia, que liberou os saques nos bancos Itaú e Safra, até o limite de R$ 700 mil, sujeitos à prestação de contas. O juiz determinou, ainda, que as instituições bancárias repassem os salários diretamente para as contas correntes dos trabalhadores.

Com relação ao valor necessário para a alimentação das avestruzes, o juiz mandou expedir alvará em favor do fornecedor Centro-Oeste de Rações, “ou outra empresa do ramo”, com a apresentação de nota fiscal no valor correspondente à quantidade de ração suficiente para a provisão quinzenal das aves.

As medidas foram requeridas pelo diretor do Conselho Administrativo do patrimônio vivo da empresa, Jorge Luiz Cantarelli Machado, que também pretendia obter determinação judicial para que os bancos fornecessem informações sobre os saldos das contas bancárias bloqueadas e não bloqueadas para o levantamento do patrimônio do grupo empresarial.

Essa parte do pedido não foi concedida pelo juiz, porque tramita um Agravo de Instrumento no Tribunal de Justiça de Goiânia que pretende suspender liminar que criou o conselho administrativo do patrimônio vivo da empresa. “Observe-se que a situação administrativa estabelecida decorre de ordem judicial provisória, revogável, de caráter liminar, de sorte que não convém a adoção de medidas definitivas ou irreversíveis de gestão e administração dos bens, e, por outro lado, há necessidade de providências urgentes, para evitar grave lesão ao patrimônio empresarial e dos investidores, especialmente quanto aos direitos dos trabalhadores, fornecedores e manutenção das aves”, disse o juiz.

Histórico

As fazendas do grupo Avestruz Master já respondem por 189 ações em Goiânia, segundo relatório apresentado pela Coordenadoria Judiciária do Foro da Capital.

O grupo tem filiais em sete estados e milhares de investidores, que compraram títulos da empresa, correspondente a um avestruz, para depois lucrar com a venda da carne e outros produtos do animal. Desde 7 de novembro, no entanto, o Ministério Público Federal e o MP de Goiás estão investigando a contabilidade da empresa.

No dia 8, a Polícia Federal cumpriu ordem judicial de seqüestro, arresto, busca e apreensão dos bens da Avestruz Master. A Justiça Federal determinou o bloqueio dos bens atendendo pedido do MP e de dezenas de investidores. Desde o início de novembro, a empresa é alvo de rumores sobre as suas dificuldades financeiras.

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