Rato por Leão

Polícia prende falsos fiscais que extorquiam empresas

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10 de novembro de 2005, 17h46

A Polícia Federal desmantelou uma quadrilha cujos integrantes se faziam passar por fiscais do INSS, delegados federais, procuradores da República e juízes de uma suposta “corregedoria dos juízes federais”. Segundo as investigações, eles diziam ser funcionários públicos e pediam propina às empresas para evitar eventuais fiscalizações e autuações.

As investigações duraram quatro meses e começaram depois que algumas empresas denunciaram à polícia que estavam sendo vítimas do golpe. Os criminosos ligariam para as empresas a partir de telefones fraudados e exigiriam o pagamento de propina. O pagamento era feito em cheques ou por deposito bancário.

Nesta quinta-feira (10/11), a polícia prendeu 10 pessoas e fez buscas e apreensões em 12 endereços. Outros quatro acusados permanecem foragidos. Segundo os delegados que participaram das investigações, alguns dos criminosos tinham formação superior em contabilidade e tinham informações sobre procedimentos e datas de vencimentos de taxas e impostos e de supostas irregularidades.

Os policiais afirmam que as vítimas eram empresas dos mais variados portes e de pelo menos quatro estados. Há informações de que golpes semelhantes eram aplicados desde 2000. Os falsos funcionários públicos ofereciam para suas vítimas recibos de “editoras tributárias” e “assessorias tributárias”, que segundo eles, poderia ser usada como salvo-conduto em casos de fiscalização.

Nestes recibos, os golpistas usariam o nome de entidades como associações de funcionários. Por enquanto, não há indícios de que verdadeiros funcionários públicos tenham participação nas fraudes. Pelo menos 20 empresas constam no inquérito como vítimas, mas a PF estima que o número de vítimas de crimes cometidos e tentados possa passar de 500.

Durante as investigações, foram feitas gravações de conversas telefônicas, além de rastreamento bancário e investigação de campo. Os criminosos usavam contas próprias ou de terceiros para receber o dinheiro do crime.

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