A reação

Vice-presidente da Porto Seguro rebate acusação de fraude

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22 de março de 2005, 19h51

O vice-presidente executivo da Porto Seguro Jayme Brasil Garfinkel enviou comunicado a seus funcionários e corretores rebatendo as acusações de fraude na indenização de seus segurados. De acordo com denúncia do MP, dois diretores e um gerente da empresa seriam integrantes de quadrilha armada para evitar o pagamento do seguro por roubo ou furto de veículos.

A argumentação de Garfinkel é embasada em números. Segundo ele, somente no ano passado 99,75% dos 249.495 sinistros reclamados foram indenizados, o que corresponde a mais de mais de R$ 800 milhões. Os pedidos que não foram pagos, afirma, apresentaram irregularidades comprovadas.

De acordo com o vice-presidente, o montante gasto na apuração de fraudes é superior se comparado com os valores eventualmente não indenizados. “A necessidade de coibir fraudes é parte do trabalho das seguradoras e deve ser objeto da cooperação de todos, cidadãos e empresas, para que os honestos não paguem pelos desonestos”.

Segundo Garfinkel, num dos casos citados nas reportagens do jornal Folha de S.Paulo e no Agora, o carro do segurado foi localizado pela Polícia Rodoviária Federal a caminho da Bolívia, dias antes da comunicação do suposto furto.

Na denúncia, o MP acusa a quadrilha de forjar documentos que comprovariam a venda dos carros no Paraguai dias antes de comunicar o roubo ou furto à seguradora. O esquema incluiria a ameaça de instauração de inquérito policial contra os segurados caso eles não desistissem da indenização.

Leia o comunicado

Senhores Corretores:

Quero informar que, em resposta às matérias dos jornais de hoje, estamos distribuindo o seguinte comunicado de esclarecimento à imprensa:

A Porto Seguro está perplexa com as matérias publicadas pelos jornais Folha de S. Paulo e Agora São Paulo em 22/03/05. Até o momento da publicação a Companhia não tinha conhecimento sobre a denúncia do Ministério Público. Para a Companhia, está havendo uma inversão de papéis, pois as seguradoras é que são vítimas de fraudes.

A Companhia não tem interesse em negar indenizações, pois seu trabalho se sustenta na credibilidade que nela depositam corretores e segurados. Somente no ano de 2004, foram indenizados 99,75% dos 249.495 sinistros reclamados na empresa, o que representou R$ 838.781.866,71. Apenas 0,25% do número total deixou de ser pago em função de irregularidades comprovadas. Por mês, a companhia paga, em média, R$ 80 milhões em indenizações a segurados de automóveis.

Os números atestam que os custos para apurar fraudes são significativamente superiores para a empresa, se comparados com os valores eventualmente não indenizados. A necessidade de coibir fraudes é parte do trabalho das seguradoras e deve ser objeto da cooperação de todos, cidadãos e empresas, para que os honestos não paguem pelos desonestos.

Apesar de sempre ter se colocado à disposição do Ministério Público e demais autoridades, a Porto Seguro somente tomou conhecimento da denúncia pela imprensa, e ainda não teve acesso à sua íntegra.

No caso citado nas matérias do Sr. Edson Satoshi Horii, dias antes do segurado ter comunicado o suposto furto, o veículo foi fiscalizado pela Polícia Rodoviária Federal na estrada a caminho da Bolívia, oportunidade na qual os dados do automóvel e do condutor foram registrados.

Quanto à alegada coação sofrida pelo segurado, repudia-se tal afirmação, destacando que o Sr. Edson esteve sempre assistido pelo seu advogado.

Existem diversos meios de apuração de fraudes contra seguradoras: informações fornecidas por empresas prestadoras de serviços, registros policiais, fiscalizações realizadas pelas Polícias Rodoviárias, registros feitos pelas autoridades de fronteira, passagens em balsas para transporte de veículos, passagens de ônibus e tíquetes de pedágios.

Atualmente, numa evolução dos controles, foi criado o sistema Sinivem – Sistema Nacional de Identificação de Veículos em Movimento, que, num convênio com o Ministério da Justiça, fotografa e registra veículos que se dirigem às fronteiras.

A Porto Seguro reitera sua indignação pela forma como os fatos estão sendo apresentados e reafirma seu compromisso com a Ética pela qual sempre foi reconhecida ao longo de sua trajetória.

Contamos com a confiança de todos que conhecem a tradição dos procedimentos desta Cia.

Jayme Brasil Garfinkel

Vice-presidente executivo

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