Acrimesp repudia crime cometido por juiz do Ceará
1 de março de 2005, 19h10
O assassinato cometido pelo juiz Pedro Percy Barbosa, da comarca de Sobral, Ceará, é um “ato de extremo barbarismo”. A afirmação é do presidente do conselho da Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo), Ademar Gomes.
Ele enviou mensagem ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e aos presidentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, Nelson Jobim e Edson Vidigal, para repudiar o crime.
Araújo matou, com um tiro, o vigia José Renato Coelho Rodrigues, funcionário de um supermercado na cidade de Sobral, a 230 quilômetros de Fortaleza (Ceará). O crime aconteceu no domingo (27/2), dentro da loja. Ele queria fazer compras quando o supermercado já estava fechado.
De acordo com uma testemunha, “o juiz estava embriagado”. O vigia o impediu de entrar. O juiz solicitou a presença do gerente da loja, que permitiu que ele entrasse, pois foi ameaçado. Antes, o juiz voltou ao estacionamento e pegou um revólver. Quando entrou na loja, o juiz atirou no vigia. O disparo foi registrado pelo circuito interno de segurança.
O juiz foi afastado do cargo e teve a prisão preventiva determinada pelos desembargadores do Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará nesta terça-feira.
Segundo o presidente da Acrimesp, a atitude foi “intencional e premeditada”. Na mensagem enviada, Gomes pede o empenho e a fiscalização das autoridades “para que o crime seja apurado com todo o rigor e que não fique impune”.
Para Ademar Gomes, um crime “por motivos fúteis e banais já é um ato bárbaro, tornando truculento e hediondo quando praticado por um magistrado, que tem o poder de julgar, que tem plena ciência da lei e que deveria zelar e sobretudo defender o direito à vida”.
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