Pela tangente

José Dirceu deixa Casa Civil e parte para a ofensiva

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16 de junho de 2005, 19h28

José Dirceu (PT-SP) deixou a chefia da Casa Civil nesta quinta-feira (16/6), sob as pressões das denúncias de corrupção que deram a tônica de sua gestão. Agora, ele volta para a Câmara dos Deputados, para onde foi eleito em 2002. A avaliação é a de que Dirceu deixa o Planalto e parte para a ofensiva contra Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Quem acompanha de perto a crise política afirma que, agora, José Dirceu está mais aliviado e deve contra-atacar. Isso porque, se atacasse Jefferson enquanto estava na Casa Civil, colocaria o governo no olho do furacão.

A imagem de Dirceu como homem forte do governo Lula começou a ser abalada com o suposto envolvimento de seu ex-assessor para Assuntos Parlamentares, Waldomiro Diniz, filmado pedindo suborno ao bicheiro Carlinhos Cachoeira quando ainda estava no comando da Loterj — Loteria do Rio de Janeiro.

A situação ficou insustentável com as denúncias do deputado Roberto Jefferson de que o governo pagava um mensalão de R$ 30 mil em troca de apoio dos deputados do PP e do PL. Segundo Jefferson, ele teria conversado diversas vezes sobre o esquema com o ex-ministro.

“Saio de cabeça erguida do ministério”, afirmou. “Volto como militante do PT. Vou mobilizar o PT para dar combater aqueles que querem interromper o processo político e democrático e que querem desestabilizar o governo do presidente Lula”.

No discurso para a entrega do cargo, Dirceu afirmou que tem “as mãos limpas” e que “sempre lutou pelo Brasil”. Dirceu foi o responsável pela coordenação da campanha de Lula à Presidência em 2002 e é ex-presidente do PT.

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