Suprema Corte

Democratas querem conhecer obra de Roberts no governo

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25 de julho de 2005, 17h12

O candidato à vaga deixada pela juíza Sandra O’Connor na Suprema Corte americana, John Roberts, trabalhou para dois governos republicanos, como consultor jurídico privado. E os documentos então produzidos por ele estão na mira dos senadores democratas. Indicado pelo presidente George W. Bush para o cargo o juiz terá de ser, agora, sabatinado pelo Congresso dos EUA. As informações são do Findlaw.

O pedido para que os documentos — todos eles — sejam tornados públicos já foi feito. A resposta, por enquanto, foi um não e outro talvez, ambos dados por representantes da Casa Branca. A essência da questão que os democratas querem tentar responder é: quem é o juiz Roberts e que posicionamento ele assumirá caso assuma o posto no mais alto tribunal de justiça do país? Até agora, sabe-se muito pouco sobre a inclinação ideológica do juiz, além de sua pendência para o conservadorismo.

As experiências de Roberts no governo remetem ao democrata Ronald Reagan, para quem trabalhou de 1982 a 1986, e à administração de Bush, pai, quando atuou como segundo do equivalente ao procurador-geral da República no Brasil. Alguns documentos produzidos por ele naquelas oportunidades já estão disponíveis ao público. Outros ainda precisam ser liberados pelos ex-presidentes e pelo atual. O pedido de abertura dos papéis tem de ser feito pelo Comitê Judiciário do Senado.

Baseado no conceito de privacidade, o ex-senador do Tennessee, Fred D. Thompson, afirmou que o governo Bush não tem intenção de liberar todos os documentos. Segundo ele o material que estiver sob proteção do sigilo entre advogado e cliente será mantido em sigilo.

De acordo com o democrata e membro do Comitê Judiciário Patrick Leahy, no entanto, documentos confidenciais como os que Robert produziu para a Casa Branca já foram abertos no passado, como quando foi feita a nomeação do atual presidente da Suprema Corte William H. Rehnquist, pelo ex-presidente Ronald Reagan. Para ele não há que se falar no sigilo entre advogado e cliente — quem trabalha no equivalente à nossa Procuradoria-Geral da República não trabalha para o presidente e sim “para você, para mim e para todos os americanos”.

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