Liberdade de expressão

Fenapef divulga nota de apoio a repórter da ConJur

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11 de julho de 2005, 20h37

A Fenapef — Federação Nacional dos Policiais Federais encaminhou nota à imprensa em apoio ao repórter da revista Consultor Jurídico Cláudio Júlio Tognolli. O jornalista é acusado pelo senador Jorge Bornhausen de calúnia e difamação por uma notícia publicada na ConJur, em 2003. A denúncia foi aceita no último dia 15 pelo Superior Tribunal de Justiça.

De acordo com a entidade, Tognolli “apenas noticiou informações passadas a ele pelo procurador da República Luiz Francisco de Souza, prova disso é que quatro ministros do STJ não reconheceram a culpa do profissional de imprensa nos fatos”. Na nota, a Fenapef afirma que “acompanha os trabalhos do jornalista Claudio Tognolli há mais de 20 anos e sempre soube da sua conduta correta e justa nas milhares de matérias e livros premiados que já escreveu”.

A ação foi motivada pela publicação da notícia intitulada “O olho do furacão — MP acusa Bonrhausen de lavar US$ 5 bilhões”. O texto reproduz afirmação de Luiz Francisco, segundo a qual o senador teria lavado o montante em esquema que envolveria traficantes, doleiros e sobras de campanha. A denúncia contra Luiz Francisco foi recebida por unanimidade.

No último dia 8, a Ifex — International Freedom of Expression Exchange publicou notícia também em apoio ao jornalista. Entidade baseada no Canadá que congrega mais de 60 organizações pelo direito da livre expressão e é custeada por organizações como a Unesco (Organização das Nações Unidas pela educação), o Ifex sugere aos leitores que enviem mensagem ao STJ condenando a decisão do tribunal de acatar a denúncia.

Leia a íntegra da nota

A Federação Nacional dos Policiais Federais — FENAPEF, entidade de grau superior que congrega na sua composição 26 sindicatos de policiais federais de todo o Brasil, representando todas as categorias funcionais existentes no Departamento de Polícia Federal, vem de público prestar total apoio e solidariedade ao jornalista Claudio Júlio Tognolli em virtude do mesmo estar sendo processado pelo Senador Jorge Bornhausen, apenas por estar exercendo o direito universal de informar.

No nosso entender o jornalista premiado Claudio Julio Tognolli apenas noticiou informações passadas a ele pelo Procurador da República Luiz Francisco de Souza, prova disso é que quatro ministros do STJ não reconheceram a culpa do profissional de imprensa nos fatos, já que Tognolli apenas reproduziu entrevista do procurador, o que é um hábito rotineiro de qualquer repórter.

A FENAPEF, que acredita na justiça brasileira, no STJ e em especial no seu presidente Dr.Edson Vidigal, tem a absoluta certeza que o presente processo não causará prejuízos à gloriosa carreira do jornalista Cláudio Julio Tognolli, o qual é professor de jornalismo na ECA – Universidade de S.Paulo, da UNIFIAM, além de ser repórter da Rádio Jovem Pan e da revista eletrônica CONJUR, sendo que em todo esses veículos de informação e formação profissional sempre pautou pela ética e seriedade.

A FENAPEF acompanha os trabalhos do jornalista Claudio Tognolli há mais de 20 anos e sempre soube da sua conduta correta e justa nas milhares de matérias e livros premiados que já escreveu, por isso hipotecamos total solidariedade e apoio ao eminente jornalista CLAUDIO JÚLIO TOGNOLLI, e nos, da Federação Nacional dos Policiais Federais estaremos ombreados nesse protesto nas mais variadas formas, para que a imprensa brasileira continue a gozar de uma LIBERDADE PLENA de atuação e não relativa.

Estamos enviando cópia dessa nota a todos os ministros do STJ e também para o Senador Jorge Bonrhausen.

Francisco Carlos Garisto

Presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais – FENAPEF

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