Pela tangente

Aristides Junqueira deixa a defesa de Delúbio Soares

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1 de julho de 2005, 18h58

O advogado Aristides Junqueira, ex-procurador-geral da República, abandonou a defesa do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e do secretário-geral do partido, Sílvio Pereira, acusados de envolvimento no suposto esquema do mensalão — pagamento de mesada de R$ 30 mil a deputados da base aliada do governo.

A decisão de Junqueira foi comunicada nesta quinta-feira (30/6) a Delúbio e ao presidente do PT, José Genoíno. O PT ainda não sabe quem assumirá o caso.

Junqueira desistiu do caso por ser sócio no escritório do subprocurador-geral da República, José Roberto Santoro, que atuou nas investigações sobre Waldomiro Diniz, ex-assessor do ex-ministro José Dirceu flagrado pedindo propina a Carlinhos Cachoeira.

Justamente Dirceu é apontado como um dos mentores do “mensalão”, o caso em que a banca de Junqueira defenderia a cúpula petista. As informações são do Portal Estadão.

Santoro disse a Junqueira que estava insatisfeito e pensava em desfazer a sociedade. “Para mostrar que esse escritório é ético, o melhor foi largar o caso”, disse Junqueira. Santoro foi punido pela Procuradoria-Geral da República no ano passado, quando foi divulgada gravação de uma conversa sua com Cachoeira.

No diálogo, o subprocurador-geral buscava um acordo para obter confissões que incriminassem Waldomiro e dizia que isso poderia comprometer o governo Lula. Santoro tem o direito constitucional de acumular o trabalho na Procuradoria com a atuação no escritório de advocacia.

Junqueira trabalhava para o PT desde o final de 2003, quando assumiu acompanhamento pelo partido da nova investigação sobre a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel.

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