Prisão anunciada

Ministério Público deve denunciar promotor por duplo homicídio

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7 de janeiro de 2005, 19h40

O Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, deve oferecer uma denúncia contra o promotor Thales Ferri Schoedl, por duplo homicídio. O promotor foi preso no último dia 30 de dezembro, no litoral paulista, após matar a tiros um rapaz e ferir gravemente outro.

O prazo para que Pinho apresente a denúncia ao Tribunal de Justiça do estado termina na próxima sexta-feira (14/1), mas ele pretende antecipar a entrega e possivelmente já o faça na próxima segunda-feira (10/1). No domingo (9/1), termina o prazo de instruções.

Nesta sexta-feira (7/1), o MP ouviu o depoimento da namorada de Schoedl, Mariana Ozones Bartoletti que o acompanhava no momento do incidente e, de acordo com testemunhas, foi o pivô da briga entre o promotor e o grupo de rapazes. Eles saíam de uma festa na Riviera de São Lourenço, condomínio localizado em Bertioga, no litoral de São Paulo.

Os jovens Diego Mendes Monganês e Felipe Siqueira Cunha de Souza (ambos de 20 anos de idade), segundo depoimentos colhidos pela polícia, mexeram com a namorada do promotor. Incomodado com a situação, Schoedl foi tomar satisfações com eles, identificou-se como promotor, disse que estava armado e disparou um tiro de advertência no chão. Depois disso, o promotor atirou contra os dois rapazes matando na hora Diego e deixando Felipe gravemente ferido.

Mariana manteve a versão do promotor e repetiu tudo o que já havia dito quando Schoedl foi detido. Ela só acrescentou que mantém um relacionamento normal com ele.

Nesta sexta-feira o MP também teve acesso ao resultado dos exames toxicológicos e de dosagem de álcool do promotor, de sua namorada e dos dois rapazes. Em todos os casos o resultado foi negativo.

O Procurador-Geral Rodrigo Pinho, conforme já havia sugerido em entrevista coletiva na semana passada, deve sugerir que Thales Ferri Schoedl permaneça preso até o fim do julgamento. Pinho deve acusar o promotor por duplo homicídio (um consumado e uma tentativa).

Prisão

A defesa do promotor sustenta a tese de que a prisão é irregular já que, segundo seu advogado, não houve flagrante, uma vez que foi o próprio Schoedl quem se apresentou à polícia.

Nesta semana sua defesa entrou com um pedido de relaxamento de prisão no Tribunal de Justiça. A solicitação ainda não foi julgada e, segundo fontes ouvidas pela revista Consultor Jurídico, não há chances de o pedido ser avaliado no final de semana.

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